Um BMW feroz

Um BMW ferozEduardo Rocha

Pimenta com pedigree

Cupê M2 mantém a tradição esportiva da BMW, com desempenbo e dirigibilidade impressionantes

por Esaú Ponce

Autocosmos.com/México

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Costuma-se dizer que quando um molho é muito picante, é porque o cozinheiro estava com raiva na hora de preparar. Algo assim deve ter acontecido com o designer mexicano José Casas quando repensou o Série 2 para dar vida ao M2. O compacto, que é produzido somente em San Luis Potosí, no México, chega com muito mais pimenta, daquelas que faz quem usa suar frio, mas ao mesmo tempo ter grande prazer. O carro fabricado está destinado a trazer de volta as antigas glórias do BMW 2002 e até mesmo os primeiros M3.

Em termos de design, obviamente o M2 segue os contornos principais do Série 2 cupê, de duas portas, uma configuração que não é trazida para o Brasil. A partir dele, a frente foi completamente redesenhada, com grade com contornos geométricos em preto brilhante. Os para-choques também recebem entradas de ar poligonais e emprestam um ar bem agressivo. O teto é em fibra de carbono e lanternas e faróis têm as sobrelentes escurecidas.

Na traseira, há um discretíssimo spoiler, um difusor na parte inferior do para-choque, de onde se projetam as quatro saídas de escape. De perfil, destacam-se os para-lamas alargados e as rodas com 19 polegadas na dianteira e 20 polegadas na traseira. As pinças de freio a disco perfuradas e ventiladas são em vermelho. Apesar de ser categorizado como compacto, o M2 mede 4,58 metros de comprimento ‑ com 1,89 m de largura, 1,40 m de altura e 2,75 m de entre-eixos.

Por dentro, o modelo traz uma combinação de materiais e design contrastante. Por um lado, os botões ostentam a clássica iluminação âmbar da BMW, que se contrapõe a elementos tecnológicos, como a tela de 14,9 polegadas e o painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas. Os acabamentos e materiais são de alta qualidade e há couro em praticamente todos os pontos de toque. A exceção fica nos pontos com guarnições em fibra de carbono e alumínio, como no miolo do volante, saídas de ar e consoles frontal e central.

Os bancos esportivos revestidos em couro ostentam orgulhosamente as cores BMW M, azul claro, azul marinho e vermelho, e ainda apresentam um logotipo M iluminado na base do apoio de cabeça. Esse padrão de cores também é encontrado na iluminação ambiente das portas, manopla de alavanca, cintos de segurança e em geral na costura do veículo. Em termos de equipamentos, o sistema operacional BMW 8.0 se destaca com widgets variáveis e configuráveis. O sistema de som é assinado pela Harman Kardon com 14 alto-falantes e 464 Watts de potência; carregador sem fio; ar-condicionado automático com três zonas de temperatura.

Mas o verdadeiro polo de atração do modelo está mesmo sob o capô. O BMW M2 é montado na plataforma de tração traseira, a mesma usada no esportivo Z4. O motor é o conhecido seis cilindros em linha 3.0 biturbo capaz de entregar 460 cv e 406 kgfm de torque. Segundo a BMW, ele é capaz de empurrar o M2 de zero a 100 km/h em 4,1 segundos. A máxima é limitada eletronicamente a 250 km/h, mas que pode ser aumentada para 285 km/h com o pacote opcional M Driver. A transmissão é automática de oito marchas que oferece os modos de condução Road, Sport e Track. A propósito, a transmissão tem três níveis de velocidade de passo graças à função Drivelogic (Texto-base de Esaú Ponce, do Autocosmos México, exclusivo no Brasil para Auto Press. Fotos de divulgação).

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O BMW M2 possui uma distribuição de peso perfeita, com 50% da massa para cada eixo. Ele também conta com sistema de limitação de deslizamento das rodas no controle de estabilidade em 10 níveis (para ser possível fazer drifting), suspensão adaptativa com amortecedores eletrônicos e diferencial M ativo no eixo traseiro. Tudo isso permitiu que completasse uma volta em Nürburgring em 7min38s706. Obviamente, rodar em um circuito é bastante desejável ppara explorar plenamente a capacidade de um M2. Mas apesar de limitado a trechos livres de autoestradas e de subidas de montanha, foi possível fazer um teste extremamente divertido.

O menor cupê da M2 é um digno representante da divisão M. O acerto da suspensão tende a ser firme, principalmente quando o modo Track é ativado, o que enrijece a direção e a suspensão – além de alterar parâmetros de direção, motor e câmbio. O carro transmite tudo o que acontece sob as rodas e é muito fácil de dominá-lo. A posição de condução é baixa, a visibilidade é boa e os bancos abraçam o condutor.

A entrega de energia do motor de seis cilindros em linha é linear, eficaz, rápida, mas não tão abrupta quanto era de se esperar. Esclarecendo: o M2 é capaz de grudar os ocupantes no encosto do banco quando o pedal é pisado em toda a amplitude, o que inevitavelmente faz brotar sorrisos de prazer ou de nervosismo. Até porque os BMW M são feras tradicionalmente eficazes, mas que exigem um pouco mais de experiência ao volante.

Rodovias e estradas de montanha transformam o carrinho em um parque de diversões. Tentar se comportar dentro dos limites legais é o maior desafio de todos, já que ele se comporta como um bicho enjaulado, pronto para disparar na menor chance. Não importa quantas vezes se acione os freios, eles simplesmente não demonstram qualquer fadiga. Os pneus (235/35 R19 na frente e 235/30 R20 atrás) são praticamente slicks e proporcionam ótima aderência. Apesar das dimensões compactas e da facilidade de adaptação, é preciso manter o respeito pelo M2, que é um carro magnífico para se entrar no segmento de alta performance.

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