Silvinei Vasques volta a depor à PF em inquérito sobre bloqueios em rodovias nas eleições de 2022


Vasques voltou a negar que ações em rodovias tenham sido feitas para atrapalhar eleitores, apurou a TV Globo. Ex-diretor da PRF passou quase um ano preso por suposta interferência. Silvinei Vasques, em imagem de arquivo
Reprodução/TV Globo
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques prestou novo depoimento à Polícia Federal dentro do inquérito que apura os bloqueios feitos em rodovias durante as eleições presidenciais de 2022 – e se eles tiveram o objetivo de impedir o deslocamento de eleitores.
A TV Globo apurou que ele voltou a negar que os bloqueios tenham sido feitos para atrapalhar a chegada de eleitores nos locais de votação.
Investigadores, porém, avaliam que as explicações dadas por Vasques, que comandou a PRF durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, não foram convincentes.
O depoimento aconteceu nesta segunda-feira (7), por vídeo. Foi a primeira vez que Vasques falou à PF desde que foi indiciado nesse inquérito.
Vasques passou quase um ano preso pela suposta tentativa de interferência no segundo turno das eleições para beneficiar Jair Bolsonaro, que disputava a reeleição, mas perdeu.
O ex-diretor da PRF deixou a cadeia no início de agosto, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Além dele, foram indiciados nesse inquérito outros quatro agentes da PRF e o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres.
Eles são suspeitos de infringir um dos artigos do Código Penal, que trata de violência política: o de restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos. A pena prevista é de três a seis anos de prisão.
PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por impedirem deslocamento de eleitores no 2º turno da disputa presidencial
Torres deve ser ouvido na próxima semana
A TV Globo apurou que Anderson Torres também será ouvido novamente neste inquérito. O depoimento deve acontecer na semana que vem.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que eles teriam atuado para impedir o deslocamento de eleitores do então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para os locais de votação no segundo turno das eleições de 2022, principalmente no Nordeste.
Provas reunidas pelos investigadores, entre elas depoimentos, mensagens trocadas, planilhas e imagens, constam de um relatório parcial, de 221 páginas, encaminhado ao STF.
De acordo com a PF, os agentes da Polícia Rodoviária Federal bloquearam estradas e fizeram blitzes em ônibus. Só depois que a Justiça Eleitoral ameaçou prender os envolvidos é que houve o desbloqueio.

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