Policial penal candidato a vereador preso pela PF estava com carta que pedia 8 sacos de cimento


Deyvid Carneiro (União) e outros dois colegas de profissão foram presos com R$ 1.100 em uma ação contra compra de votos em Boa Vista. Carta estava assinada por uma eleitora. Carta foi encontrada em carro durante abordagem
Arquivo pessoal
A Polícia Federal encontrou, nessa quinta-feira (3), a carta de uma eleitora com o pedido de oito sacos de cimentos para o policial penal e candidato vereador Deyvid Carneiro (União). Ele e outros dois colegas de profissão foram presos em uma ação contra compra de votos em Boa Vista.
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A abordagem iniciou após a Polícia Federal receber uma denúncia sobre o veículo em que estavam os três policiais penais, Wesley Natanael, Hugo Rogério Vila Nova e Deyvid, o candidato a vereador. Além disso, um instrutor de tiro também foi preso.
Com os suspeitos, foi encontrado R$ 1.100 em dinheiro que, segundo a PF seria utilizado para compra de votos. O dinheiro foi encontrado em uma busca pessoal no candidato. Na carta, datada no dia 24 de setembro, a eleitora diz:
“Boa tarde, meu vereador Deyvid Carneiro. Venho através desta carta pedir uma ajuda de 8 sacos de cimentos. Desde já agradeço. Deus abençoe grandemente”. A carta contém ainda o nome e número de telefone da mulher.
Deyvid Carneiro (União), candidato a vereador por Boa Vista nas Eleições 2024
Reprodução
A defesa de Deyvid informou que o dinheiro seria usado para pagamento de combustível e despesas de alimentação e que a renda foi comprovado para autoridade policial. Disse ainda que “confiamos plenamente na inocência de todos os envolvidos”.
Já a Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejuc) disse que Deyvid está licenciado da função por ser candidato, Wesley por exercício de atividade sindical e Hugo não estava em serviço no momento da abordagem.
“A Sejuc reitera que não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer dos servidores e segue ao dispor das autoridades para colaborar em eventuais investigações. O fato será devidamente analisado e apurado pela Corregedoria”.
Além da carta da mulher e do dinheiro, os agentes encontraram armas, santinhos, uma lista com nome de eleitores e zonas eleitorais, um spray de pimenta e rádio comunicadores. A PF classificou o grupo como “associação criminosa armada”.
Os agentes foram informados ainda que Hugo e Deyvid foram alvos da Operação Alesia, deflagrada em 2020. A operação investigava um esquema para favorecer uma facção criminosa nas unidades prisionais de Roraima.
Os envolvidos foram conduzidos à sede da Polícia Federal e passaram por audiência de custódia nesta sexta-feira (4).
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