VÍDEO: funcionária terceirizada de escola pública do DF cai de escada de 4m e fica em estado grave


Sandra de Souza Marinho tem 41 anos e limpava toldo e não tinha equipamentos de segurança. Empresa terceirizada diz que foi direção da escola que mandou mulher fazer serviço. Funcionária terceirizada de escola pública em Ceilândia cai do alto de escada.
Uma funcionária terceirizada da Escola Classe 10 de Ceilândia, no Distrito Federal, caiu do alto de uma escada e está em estado grave no hospital. Imagens da câmera de segurança do colégio público mostram o momento da queda, na última sexta-feira (16), quando ela limpava o toldo de entrada do colégio (veja vídeo acima).
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As imagens mostram Sandra de Souza Marinho, de 41 anos, em cima de uma escada limpando o toldo com um jato de água. Após alguns segundos, a escada desliza no chão molhado e Sandra cai de uma altura de aproximadamente 4 metros.
A mulher bateu a cabeça e sofreu convulsões. Ela foi levada para o Hospital de Base onde permanecia internada até esta quarta-feira (21), em estado grave. A família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
A empresa terceirizada afirma que foi a diretora da escola quem pediu à funcionária da limpeza que fizesse o serviço. A TV Globo tentou falar com a direção da Escola Classe 10, mas não foi atendida. A Secretaria de Educação disse que a equipe gestora da escola acionou o Samu e o Corpo de Bombeiros no momento do acidente (veja mais abaixo).
Segundo a família, Sandra trabalha há 7 anos como auxiliar de serviços gerais e não tem a visão de um dos olhos.
Sem equipamentos de proteção
Sandra estava em cima do toldo sem equipamentos de proteção.
Reprodução/TV Globo
Sandra estava em pé, em cima do toldo de entrada da escola, sem nenhum equipamento de proteção (veja foto acima). A família questiona a falta de EPIs e o motivo da funcionária fazer um trabalho fora da sua função.
O engenheiro civil especialista em Segurança do Trabalho, Loraymer Araújo, ao ver as imagens, afirma que houve vários problemas de segurança:
Escada não indicada para limpeza de locais mais altos
Sem planejamento para a realização da atividade
Sem equipamento de proteção individual
Sem treinamento
“A partir de 2,5 metros de altura, a pessoa necessariamente tem que trabalhar ancorada. Então deveria ter uma linha de vida. Ancorada de um ponto ao outro, ela tem um cabo de aço ou uma corda, e o colaborador, assim que ele for desempenhar essa atividade, ele vai estar usando essa linha de vida”, diz o especialista.
A limpeza estava sendo feita por Sandra de Souza Marinho, que subiu até a altura do toldo, e por uma outra funcionária, que segurava a escada. No entanto, antes da escada deslizar, a colega de Sandra saiu do local.
O que diz a Secretaria de Educação
“A Secretaria de Educação do Distrito Federal informa que teve conhecimento do fato que ocorreu na Escola Classe 10 de Ceilândia na última sexta-feira (16), antes do início do ano letivo, com uma servidora de empresa terceirizada. No momento do ocorrido, a equipe gestora acionou imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros, que estiveram na escola para prestar o socorro.
O caso está sendo apurado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da SEEDF, que apura as responsabilidades, conforme determina a Lei Complementar nº 840/2011.
A Secretaria esclarece que acompanha o caso e prestará todas as informações necessárias para a apuração do ocorrido.”
O que diz a empresa terceirizada
A empresa terceirizada, Real Jg Facílitis, respondeu em nota que os serviços executados pela Sandra eram sob orientação da direção da escola, e não da empresa terceirizada.E foi a direção da escola que tinha pedido que os funcionários limpassem os toldos antes da volta às aulas.
Segundo a Real Jg, a escada que aparece no vídeo, inclusive, foi fornecida pela escola, e não pela empresa. E essa função exercida pela funcionária, envolvendo altura, não era do conhecimento da empresa.
A Real Jg afirmou ainda que forneceu à funcionária os equipamentos de proteção compatíveis com a função dela, de conservação e limpeza – como bota e luvas, mas não equipamentos para trabalho em altura porque, em nenhuma hipótese, ela ou outros funcionários deveriam fazer esse tipo de trabalho, principalmente usando uma escada.
A Real Jg afirmou ainda que os seus funcionários são treinados conforme as suas atribuições, justamente pra evitar acidentes desse tipo. Diante disso, a Real Jg informou que registrou boletim de ocorrência para que a responsabilidade seja apurada e que está em contato permanente com a família da Sandra, prestando todo o apoio possível e espera que ela retorne com saúde e sem sequelas.
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