Polícia Civil abre inquérito para investigar morte de mãe e bebê após parto na maternidade recém-reinaugurada em Roraima


Carmen Elisa Emiliano de Assis Silva, de 26 anos, estava grávida de 8 meses, mas perdeu a filha após passar mal e ir à maternidade Nossa Senhor de Nazareth. Sete dias depois do parto, a jovem também morreu. Carmen Emiliano, de 26 anos, morreu nesse sábado (21)
Arquivo Pessoal
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias que envolveram as mortes da jovem Carmen Elisa Emiliano de Assis Silva, de 26 anos, que estava grávida de 8 meses, mas perdeu a filha em um parto no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, unidade recém-reinaugurada.
Carmen Elisa morreu no dia 21 de setembro, sete dias após o parto. Depois que teve a filha, que nasceu morta no dia 14 de setembro, a jovem foi transferida da maternidade para o Hospital Geral de Roraima (HGR).
A morte das duas ganhou repercussão no estado após o marido de Carmen, Rodrigo Silva, acusar o governo de mentir que a esposa não havia feito pré-natal. A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a jovem fez nove consultas de acompanhamento da gravidez na UBS Tancredo Neves.
A causa da morte da bebê, que se chamaria Alice Eloah, de acordo com o atestado de óbito, foi falta de oxigênio na placenta, crise convulsiva materna, hipertensão materna grave. A morte de Carmen foi causada por morte encefálica, eclâmpsia e parada cardíaca.
“Recebemos a notícia do falecimento da mãe e do bebê e, a partir disso, nos inteiramos dos fatos. Já tivemos acesso ao prontuário e iniciamos as diligências necessárias para entender a dinâmica de como tudo aconteceu”, disse o delegado Matheus Fraga Lopes, do 3º Distrito Policial, onde ocorre a investigação.
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Samantha Rufino/g1 RR
Segundo a Polícia Civil, o registro do Boletim de Ocorrência foi realizado a partir da comunicação da Secretaria de Saúde (Sesau), responsável pela maternidade e pelo HGR. O delegado disse ainda que se trata de um caso delicado, portanto, deve-se ter uma investigação cuidadosa.
“Estamos apurando os fatos para determinar a possível responsabilidade de envolvidos e verificar se houve ou não algum tipo de conduta criminosa. Neste momento, não é aconselhável antecipar informações sobre as investigações em andamento, pois isso pode comprometer o andamento do processo. Mas é importante que a sociedade saiba que estamos apurando com toda a isenção necessária”, destacou.
Carmen Elisa também era mãe de um menino de 7 anos. Ela era filha da artista indígena macuxi Carmézia Emiliano, reconhecida nacional e internacionalmente. Nas redes sociais, ela lamentou a morte da jovem.
“Estou sem entender até agora como uma mulher vai a uma maternidade para voltar com uma criança e nenhum dos dois volta. Deus te guarde minha filha amada, no céu dos nossos ancestrais”, publicou.
Diante da repercussão da morte de Elisa e da filha, na última segunda-feira (23), manifestantes se reuniram em frente à Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. Com cartazes, pediam Justiça para o caso. Os manifestantes falavam em defesa à mulher e questionavam nos cartazes: “e se fosse sua mãe?”.
O Ministério Público de Roraima (MPRR), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, também acompanha.
A promotoria informou que tomou conhecimento sobre o caso depois que teve acesso a reportagens publicadas na mídia local e solicitou informações da direção do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth e da Sesau.
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