Lula: “Democracia vive momento mais crítico desde a 2ª Guerra Mundial”

Nova York – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o que considera uma crise mundial da democracia ao discursar na abertura da reunião contra o extremismo, nesta terça-feira (24/9). A cúpula acontece à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e reúne representantes de diversos países.

Durante sua declaração, o presidente brasileiro afirmou que a “democracia vive seu momento mais crítico desde a 2ª Guerra Mundial” e que a “democracia liberal demonstrou-se insuficiente”.

“No Brasil e nos Estados Unidos, forças totalitárias promoveram ações violentas para desafiar o resultado das urnas. Na América Latina, as notícias falsas corroem a confiança e afetam os processos eleitorais. Na Europa, uma mistura explosiva de racismo, xenofobia e campanhas de desinformação coloca em risco a diversidade e o pluralismo. Na África, golpes de Estado demonstram que o uso da força para derrubar governos ainda refletem os resquícios do colonialismo”, destacou o presidente do Brasil.

“Compreender porque a democracia se tornou alvo fácil para a extrema direita e suas falsas narrativas é um desafio compartilhado. O extremismo é sintoma de uma crise mais profunda, de múltiplas causas. A democracia liberal demonstrou-se insuficiente e frustrou as expectativas de milhões. Ela se tornou apenas um ritual que repetimos a cada 4 ou 5 anos”, emendou Lula.

O petista também mencionou discursos de ódio que circulam nas redes sociais e defendeu a regulação das plataformas e do uso de inteligência artificial.

“Nossas sociedades estarão sob constante ameaça, enquanto não formos firmes na regulação das plataformas e do uso da inteligência artificial. Nenhuma empresa de tecnologia ou indivíduo, por mais ricos que sejam, podem se considerar acima da Lei. Elas precisam ser responsabilizadas pelo conteúdo que circulam”, pontuou Lula, em referência ao bilionário Elon Musk, dono do X, que está suspenso pela Justiça no Brasil.

A reunião em defesa da democracia foi convocada pelo chefe do Executivo brasileiro e pelo presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo do encontro, segundo eles, é debater formas de proteger as instituições democráticas de movimentos extremistas.

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