Boulos, Datena, Nunes e Tabata comemoram melhora na qualidade do debate de SP, mas dizem não acreditar na ‘versão paz e amor’ de Marçal


Candidatos à Prefeitura da capital paulista participaram de um novo encontro promovido pelo SBT nesta sexta (20). Apesar da cadeira e dos bate-bocas presenciados nos últimos dois debates, o evento teve um tom mais ameno entre os adversários. Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
Lourival Ribeiro e Rogério Pallatta/SBT
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) comemoraram nesta sexta-feira (20) a diminuição dos ataques nos debates na televisão.
Eles participaram de um novo encontro entre os candidatos a prefeito da capital, promovido pelo SBT e pelo portal Terra, no final da manhã.
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Apesar da cadeira e dos bate-bocas presenciados nos últimos dois debates, o evento no SBT teve um tom mais ameno entre os adversários e mais discussão sobre projetos e ideias para a cidade.
O destaque foi o tom “paz e amor” do candidato do PRTB, Pablo Marçal, que chegou a se desculpar com a população pela agressividade apresentada por ele nos últimos debates e disse que a partir de agora vai mudar a postura nas apresentações na televisão.
Os adversários, entretanto, não acreditam na nova versão do ex-coach e dizem que se trata de estratégia eleitoral para diminuir a rejeição que disparou em poucas semanas de campanha eleitoral.
“Acho difícil acreditar no bom mocismo de alguém que desde o começo só tem trabalhado com ataque, mentira e agressão”, disse Boulos.
“A gente precisa falar o que importa para as pessoas. Não é baixaria de debate. Isso aqui acaba daqui algumas semanas. Mas o que importa para todos os moradores de São Paulo são os próximos quatro anos”, completou.
Datafolha – rejeição: 47% dizem que não votam em Marçal, 38% em Boulos, 35% em Datena, 21% em Nunes e 14% em Tabata
Debate entre os candidatos à Prefeitura de SP no SBT
Lourival Ribeiro e Rogério Pallatta/SBT
Autor da cadeirada no adversário no debate da TV Cultura no domingo (15), o tucano José Luiz Datena também criticou o antagonista dos últimos encontros.
“Esse cidadão [Marçal] faz tudo de forma calculada. Quem parou esse cidadão foram as pesquisas, que mostraram que ele tem ascensão alguma e até perdeu fôlego em algumas delas”, disse Datena,
“Tenho a impressão que ele [Marçal] percebeu que acusar sem provas não deu resultado para ele nas pesquisas, ele foi contido na sua ascensão. Percebeu que falar mentiras não favorece ninguém. O povo não é enganado”, afirmou o tucano.
‘Lição e teatrinho’
Na saída do debate do SBT, o prefeito Ricardo Nunes – candidato à reeleição pelo MDB – também lembrou a situação atual do adversário nas pesquisas de intenção de voto.
“Ele falou três mentiras no debate para quem está liderando as pesquisas. Ele só está liderando a rejeição. É o grande vencedor em rejeição. Acho que ele está tomando uma surra do eleitor, que está demonstrando que ninguém quer essa baixaria não. Ele tá batendo recorde de rejeição e é uma lição pra ele”, declarou Ricardo Nunes (MDB).
A candidata Tabata Amaral (PSB), por sua vez, criticou todos os outros adversários e sugeriu que todos eles estão fazendo “teatrinho” para influenciar os eleitores.
“Esse [debate] foi muito melhor no nível do que os outros. Mas acho que, infelizmente, aqui todo mundo faz joguinho eleitoral. A pessoa acha vai ganhar voto sendo agressiva, e é agressiva. Acha que vai ganhar voto mansinha, e muda, e fica mansinha. Então, não caiam nessa”, declarou.
“O que a gente tá vendo é um teatrinho. Nenhum candidato teve a mesma postura em todos os debates tirando a gente. E essa coerência é muito importante. Marçal, Nunes e Boulos estavam gritando e brigando no último debate, agora todo mundo calminho, com olho miudinho, achando que vão enganar as pessoas. Tentando dizer: ‘olha, sou rejeitado mas sou o menos pior’. Uma tragédia generalizada. Mas a gente tem opção”, afirmou.
O que diz Pablo Marçal
O candidato do PRTB, Pablo Marçal, na chega ao debate do SBT nesta sexta-feira (20).
Lourival Ribeiro e Rogério Pallatta/SBT
O candidato do PRTB, por sua vez, negou que esteja fazendo jogo de cena para diminuir a má impressão que causou aos eleitores nos últimos encontros na tv e afirmou que ser rejeitado “faz parte do processo” para ter a atenção das pessoas.
“Como se faz pra ser muito amado sem ser muito rejeitado? Olha pra Cristo: ele foi rejeitado por todo mundo e hoje é uma das figuras mais amadas do mundo. Ou seja: a rejeição faz parte do processo onde as pessoas começam a te dar atenção. É normal. Eu fiz tudo isso [brigas em debates] pra chegar até aqui”, comentou.
“Eu não tenho nenhum real de dinheiro público. [Foi uma estratégia de branding]. Os candidatos não mostraram quem eles são. Eu obriguei eles a se mostrarem”, completou.
Apesar da negação, ele pediu desculpas aos paulistanos pela agressividade que apresentou nos últimos encontros na tv.
“Quero pedir perdão pra todo eleitor paulistano, que a minha tentativa até o último debate, a campanha começa pra valer agora, foi expor o caráter de cada um, de alguém que precisa de internação psiquiátrica, de outro que tem um perfil ditatorial, de alguém que tem boletim de ocorrência em relação a violência doméstica, de alguém que demonstra, você viu. Não adianta ouvir propostas de 10 candidatos sendo que eles não são viáveis emocionalmente, espiritualmente, fisicamente”, afirmou.

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