Série 5 joga limpo

Série 5 joga limpoEduardo Rocha

Encontro marcado

BMW confirma o 100% elétrico i5 na estreia em março do novo Série 5

por Mauricio Juárez

Autocosmos.com/Chile

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Entre os principais legados da BMW para a história do automóvel, não há dúvida de que se pode incluir o Série 5 e sua variante esportiva M5. Na nova geração, revelada no ano passado, o sedã executivo recebeu atualizações dinâmicas que reforçaram sua posição de referência no segmento por conseguir tanto enfrentar esportivos de alto calibre, como modelos de luxo, com a versatilidade de um carro familiar, com boa capacidade no porta-malas. E era apenas uma questão de tempo para ver se essa mesma essência tinha como ser transferida para o formato elétrico. O BMW i5 M60 xDrive respondeu muito bem a essas exigências. Por tudo isso, mesmo que seja um representante de um segmento que sofre bastante com a concorrência dos SUV, a BMW do Brasil confirmou que a versão 100% elétrica da nova geração do Série 5 será a primeira a chegar da Alemanha. Na sequência virá o 530e híbrido.

O que impressiona no BMW i5 é que ele tem as vantagens de desempenho de um carro elétrico com um espírito dos tradicionais sedãs esportivos da marca. Ele tem a aceleração imediata, pesa muito e que ainda sofre com certas limitações. Por enquanto, a expectativa é ver qual marca consegue criar um acerto bom o suficiente para solucionar ou pelo menos esconder algumas dessas reações. Até aqui não convenceram quem está acostumado a dirigir carros a combustão mais leves. Mas com o novo i5, há um desenvolvimento que tem como prioridade manter a essência da BMW. Ou seja: a marca conseguiu tornar a condução agradável e surpreendente com dinâmica, além de apenas acelerar rápido.

Na parte de estética, a BMW fez um trabalho muito bem dosado, em grande parte, porque o perfil do cliente do Série 5 é mais tradicional que aquele que procura um Série 4. Rodas de até 20 polegadas, faróis laser, body kit M, contrastes pretos, pinças vermelhas e linhas bem marcadas no capô e para-choques mantêm um equilíbrio muito bom entre esportivo e sóbrio, bem pensado para um carro executivo.

O interior segue uma rota mais tech, pegando certos elementos que já vimos antes em modelos como o i7. A iluminação ambiente associada aos modos de condução, os novos ecrãs maiores de 14,9 polegadas para a central multimídia e de 12,3 polegadas para o painel de instrumentos, lado a lado em um mesmo console, dão ao habitáculo um toque futurista.

A BMW também seguiu o caminho de eliminar botões para deslocar muitos controles para a tela ou para novos touch pads, que não são tão intuitivos. Muitas vezes eles exigem passos demais para chegar onde se quer e em outras não demonstram um nível de feedback ao toque que ajude a confirmar que algo foi ativado, sem que seja necessário olhar diretamente para o controle.

O alto nível do sistema de áudio Bowers & Wilkins, a clareza e quantidade de informações no head-up display, a qualidade dos materiais, o isolamento sonoro, a calibração dos assistentes de condução e até o toque de Hans Zimmer para sondar o movimento do carro complementam uma experiência digna de uma marca premium e de uma BMW. O novo BMW i5 deve chegar ao Brasil em março por valores em torno de R$ 600 mil nas versões de entrada e R$ 900 mil na M60 xDrive (Texto de Mauricio Juárez, Autocosmos.com/Chile, exclusivo no Brasil para Auto Press. Fotos de divulgação).

Evolução em Série

A dinâmica do BMW iX

Impressões ao dirigir

Além dos elétricos

O tempo ao volante não foi extenso o suficiente para explorar todas as capacidades do modelo. Ainda mais porque a condução foi quase 90% feita nas estradas em torno de São Francisco, onde apesar de haver muitas mudanças de elevação, as curvas são incomuns. Em primeiro lugar, na condução urbana é como andar num Série 5 normal, uma condução tranquila, suave, com uma posição de condução confortável e boa visibilidade. No entanto, nos pequenos momentos em que foi possível acelerar mais e atacar um pouco mais as raras curvas do trajeto, a agilidade do sedã fica muito perceptível. Apesar de apontar 2,3 toneladas numa balança, se comporta como se estivesse apenas 800 kg a menos.

O eixo traseiro direcional, o ajuste da suspensão adaptativa, a largura das rodas, a calibração da direção, o controle de tração e a distribuição de torque são responsáveis por esse efeito. Por ser um contato relativamente curto, não foi possível testá-lo nos trilhos ou colocá-lo em qualquer situação em que fosse possível explorar todas as capacidades do sedã. No entanto, pelo menos em um ambiente urbano, a sensação de leveza e agilidade foi permanente.

Colocá-lo no modo Sport é ativar justamente aquela alma de M5 que ele tem na essência. É quanto o carro fica mais conectado ao solo, mais firme, mais rápido e pronto para pular em qualquer provocação. Tudo isto não é à toa, já que com o modelo M60, nos encontramos com uma configuração de motor duplo com tração integral e um total de 601 cv de potência e 83,6 kgfm de torque. O suficiente para lhe dar um zero-100 km/h digno de superesportivo, em 3,8 segundos. Já a máxima de 230 km/h denuncia a condição de 100% elétrico – um carro convencional com essa potência passaria fácil dos 270 km/h.

Conseguir essa performance carregando 2,3 toneladas de peso não é uma tarefa simples. Há muita engenharia por trás. Ainda disso, oferece uma autonomia próxima a 400 km, o que requer uma boa gestão de energia. Longe vão os tempos em que através da direção se podia sentir perfeitamente cada detalhe da estrada ou quando era mais natural perceber o limite de aderência do carro, mas dentro dos padrões de um EV, o i5 M60 é a coisa mais próxima de emular essas sensações primordiais.

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