Encontro em hotéis de luxo e bem vestidos: veja como agiam suspeitos de se passarem por diretores de banco para dar golpes milionários


Há evidências de que os três investigados praticaram esse tipo de golpe desde 2018. Dois deles foram presos, em Goiânia, e um continua foragido. Homens são presos suspeitos de se passarem por diretores de bancos e darem golpe
Três homens são suspeitos de se passarem por diretores de grandes bancos para aplicar golpes em empresários e fazendeiros de diferentes estados do país. Segundo a Polícia Civil de Goiás, os investigados andavam bem vestidos e marcavam reuniões em espaços sofisticados, como hotéis de luxo, em Goiânia.
Girlandio Pereira Chaves, de 49 anos, e Gilberto Rodrigues de Oliveira, de 54 anos, foram presos de forma preventiva na última sexta-feira (9), na capital. Um terceiro suspeito, identificado como Luciano Oliveira Gomes, continua foragido.
O g1 entrou em contato com a defesa de Gilberto para um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização da matéria. A reportagem, não localizou a defesa dos outros dois suspeitos.
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Suspeitos de aplicar golpes se passando por diretores de banco andavam com roupas sofisticadas
Divulgação/Polícia Civil
O delegado do caso, Daniel Oliveira, explica que os homens entravam em contato com empresários e fazendeiros se passando por diretores de grandes bancos, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com isso, enganavam as vítimas prometendo a liberação de empréstimos multimilionários, em troca de uma porcentagem a título de comissão. Segundo a polícia, para convencê-las dos cargos que ocupavam, os suspeitos sempre andavam bem vestidos e marcavam reuniões em lugares de luxo.
Quando as vítimas chegavam aos lugares marcados, os ambientes também sempre estavam decorados com informações do suposto banco.
“A gente ainda não sabe [ se eles ostentam uma vida de luxo ], porque eles eram discretos quanto a isso. Eles não mantinham redes sociais, mas sempre estavam muito bem trajados, alugavam espaços sofisticados. Quanto ao dia a dia deles, a gente não sabe falar”, explicou o delegado.
Vítimas por todo país
Gilberto Rodrigues (lado esquerdo) e Girlandio Pereira (lado direito) presos suspeitos de de se passarem por diretores de bancos para aplicar golpes
Divulgação/Polícia Civil
Há evidências de que o trio vem praticando esse tipo de golpe desde 2018. Em Goiás, sete vítimas foram identificadas e, juntas, tiveram prejuízos que chegam a R$ 4,7 milhões. A polícia também já confirmou outras quatro vítimas no Distrito Federal.
Tudo indica que existem outras inúmeras vítimas por todo país. Prova disso, em maio do ano passado, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, formalizou uma denúncia sobre essas fraudes ao então ministro da justiça e segurança pública, Flávio Dino.
Segundo o delegado, o que tornou possível a prisão do trio na última semana foi um golpe que eles aplicaram contra uma procuradora aposentada do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, no final de dezembro do ano passado. A vítima teve um prejuízo de R$ 1 milhão.
A procuradora buscava um empréstimo de R$ 15 milhões e, segundo a polícia, para passar a impressão de que o valor seria pago, os homens entregaram a ela uma bolsa cheia de dólares falsos e fugiram com o dinheiro verdadeiro.
Um vídeo divulgado mostra os policiais civis encontrando a bolsa cheia de dinheiro falso (veja abaixo). Com Gilberto, foram encontrados e apreendidos R$ 39,1 mil em espécie.
Polícia Civil apreende bolsa com dinheiro falso, em Goiás
O delegado do caso também revelou que o trio é procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal, por aplicar um golpe de R$ 3,2 milhões, no DF. A polícia de lá chegou a cumprir mandados de busca e apreensão em Goiânia, em junho de 2023, mas não os encontrou.
Fora isso, as investigações também descobriram que existia um mandado de prisão em aberto contra Girlandio, aberto pela Justiça do Espírito Santo, de onde ele fugiu em maio de 2016, após ter sido beneficiado com uma progressão de pena para o regime aberto por um crime de roubo qualificado.
A polícia autuou os suspeitos por estelionato e associação criminosa. Mas segundo a polícia, todos eles já têm antecedentes pelos mais diversos crimes.
Luciano Oliveira Gomes é suspeito de se passar por diretor de grandes bancos para aplicar golpes
Divulgação/Polícia Civil
O nome e fotos dos suspeitos estão sendo divulgadas pela Polícia Civil de Goiás na tentativa de que mais vítimas procurem a delegacia para denunciá-los.
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