Nº de ISTs em homens supera registros em mulheres em Piracicaba: ‘reflete tendência no país’, diz especialista; entenda


Percentual de infecções em homens é até 64% maior que número registrado em mulheres em 4 anos. Especialista ressalta importância da prevenção. Dia Mundial do Preservativo é lembrado nesta terça (13). O uso correto de preservativos de látex reduz muito o risco de contrair ou transmitir ISTs, segundo profissionais de saúde
BBC
Entre os dados fornecidos, os registro de sífilis em gestantes apresentou um destaque entre os casos
O número de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em homens é até 64% maior do que os registros em mulheres entre os anos de 2019 e 2022 em Piracicaba (SP), apontam dados da Secretaria Municipal de Saúde, fornecidos a pedido do g1. Esse cenário, segundo especialista entrevistada na reportagem, não é exclusividade do munícipio e reflete uma tendência comum no estado de São Paulo e no país. – 👇Leia mais detalhes, abaixo.
Dia Mundial do Preservativo
Importante para a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), o Dia Mundial do Preservativo é lembrado em 13 de fevereiro, nesta terça-feira.
Para reforçar a mensagem da data e contextualizar os dados de ISTs na cidade de Piracicaba (SP) nos últimos cinco anos, o g1 conversou com a especialista em prevenção e coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde e articuladora do Programa Municipal de Combate às ISTs na cidade, Karina Correa Contiero.
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A articuladora do Programa Municipal de Combate às ISTs de Piracicaba falou ao g1 sobre as tendências apresentadas nos dados, como o percentual de casos em homens ser maior que o registro dessas doenças mulheres, a importância da prevenção, bem como motivos pelos quais algumas populações são vulneráveis.
A especialista explica que a incidência de percentuais de ISTs em homens não é uma exclusividade de Piracicaba.
Segundo Karina, em todo o estado de São Paulo e, também, em âmbito nacional, o perfil de boletim epidemiológico segue a mesma tendência, com números mais expressivos de ISTs em pessoas do sexo masculino em relação ao sexo feminino.

Karina pontua que, a maior parte dos homens que configuram os números de ISTs se declaram gays ou que fazem sexo com outros homens.
Essa população, explica a especialista, sofre com a estigmas e preconceito desde o início da epidemia da HIV no Brasil décadas atrás. Por isso, acaba se tornando muito vulnerável já que toda a discriminação os afasta do serviço de saúde.
HIV em homens e mulheres em Piracicaba
Sífilis em gestantes
Entre os dados fornecidos, os registro de sífilis em gestantes apresentou um destaque entre os casos em mulheres. No período de cinco anos, foram 984 registros de IST’s em mulheres e, desse total, 47,6% (468 casos) foram do tipo sífilis em mulheres que passavam por uma gestação.
Karina explica que os números são reflexo da falta de cuidado e checagem da saúde sexual das mulheres.
“Não é que elas deixam de se cuidar quando engravidam, mas a grande maioria das vezes já estão como vírus da sífilis adormecido e sem sintomas e só descobrem durante o pré-natal”, explica a especialista.
Casos de sífilis em gestantes
A coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde de Piracicaba também explica que durante a fase da realização dos exames de pré-natal, é obrigatória a testagem para sífilis e por isso os números são expressivos.
Karina fala também sobre como a situação é preocupante, já que essas mulheres muitas vezes não sabem que estão com o vírus e acabam passando para seus parceiros. Caso testem positivo durante a gestação, é realizado tratamento para que o feto não sofra complicações.
Número de ISTs na cidade
Os dados usados na reportagem foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, por meio da prefeitura da cidade. Os números, abaixo, abrangem diferentes ISTs registradas no município nos anos de 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023.
Casos de ISTs em Piracicaba entre 2019 e 2023
Prevenção
Frasco de vacina contra o HPV
Reprodução/EPTV
Karina fala sobre a necessidade atual de aprimorar as políticas públicas de prevenção ao casos de ISTs, principalmente pensando na faixa etária predominante que são os jovens de 20 a 29 anos.
Pra isso, segundo a especialista, é preciso que campanhas sejam feitas em uma linguagem mais próxima desse público. “Para que possa ser melhor aceita. Além de novas estratégias que saiam do comum já utilizado para que possam passar a ter efeito”, destaca.
Mas, além de fazer o uso do preservativo, que é um dos cuidados mais básicos, antigos e eficazes na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, a especialista frisa também a necessidade da chamada prevenção combinada. Ela cita a profilaxia pré-exposição ao HIV (Prep), a profilaxia pós-exposição (PEP) e as vacinas, como a contra o HPV.
*Sob supervisão de Caroline Giantomaso e Claudia Assencio.
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