Teste de dengue: resultado pode sair em 15 minutos ou demorar até 8 dias, dependendo do exame; entenda


Saúde diz que testes são mais para fins epidemiológicos e de políticas públicas, e não para diagnóstico. Infectologista recomenda que, ao perceber sintomas, paciente procure atendimento clínico. Teste para dengue
Reprodução/Jornal Hoje
Com o aumento de casos de dengue nos primeiros dias de 2024, aumentou também a procura pelos testes para diagnosticar a doença. Mas o resultado pode sair em 15 minutos ou demorar até 8 dias, dependendo do exame.
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Há três tipos de exames para diagnosticar a dengue:
Teste rápido: utilizado para triagem de pacientes. O sangue é coletado e há verificação se a pessoa está contaminada no momento e se já possui anticorpos para a doença. O resultado sai em cerca de 15 minutos.
RT PCR: pode ser feito até o 5° dia de sintomas e identifica o vírus ou pedaços do vírus no paciente. O prazo de liberação do resultado é de 5 dias.
Teste de sorologia: usado para amostras coletadas depois do 6° dia de sintomas e detecta indiretamente o vírus, pois identifica a produção de anticorpos contra ele. O prazo para o resultado é de até 8 dias.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, os testes RT PCR e de sorologia são realizados para fins epidemiológicos e não de diagnóstico. Para quem tem sintomas, o exame clínico feito pelo médico e o teste rápido já são suficientes para o diagnóstico precoce (entenda abaixo).
“Ressaltamos que as análises realizadas no LACEN [Laboratório Central da Rede Pública] para detecção dos casos de dengue têm importância para fins epidemiológicos, para tomadas de decisões em saúde pública”, diz a Saúde.
Diagnóstico da dengue 🦟🦟🦟
O diagnóstico da dengue é feito por meio de aspectos clínicos da doença e por exames complementares e de triagem como testes rápidos, hemograma e bioquímica. O infectologista Marcelo Cordeiro explica que o essencial é buscar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima, o mais precocemente possível, para identificar casos graves e evitar complicações.
Consultor técnico do laboratório privado Sabin, Marcelo Cordeiro, diz que os testes complementam o diagnóstico, mas não são determinantes para indicar o tratamento mais adequado para o paciente. Segundo o médico, a identificação de casos potencialmente graves vai ajudar a realizar o suporte clínico e reduzir as taxas de mortalidade da doença.
“Como é uma doença viral e que não tem tratamento específico, o tratamento é suporte clínico. Não era pra gente ter óbito por dengue, nós temos porque o reconhecimento da gravidade é feito tardiamente”, diz o infectologista.
É preciso estar atento aos sinais de alerta, destaca Cordeiro. Há uma lista de sinais de alarme que podem identificar uma maior gravidade da doença:
Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua
Vômitos persistentes
Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)
Queda súbita de pressão arterial
Letargia e/ou irritabilidade
Aumento anormal do volume do fígado
Sangramento de mucosa
Aumento progressivo do hematócrito (de hemácias no sangue)
“Com estes sinais de alarme, tem que ser feito algo imediatamente. Tanto o paciente quanto o médico precisam saber que algo deve ser feito, precisam adotar medidas de imediato”, diz o infectologista.
Onde fazer o teste da dengue?
As unidades de saúde e os laboratórios privados realizam os três tipos de teste. O teste rápido é realizado para triagem de pacientes.
Na rede pública, o atendimento é todo feito pelo SUS. Na rede particular, no DF, os testes custam entre R$ 80 e R$ 365:
Laboratório Sabin: custo entre R$ 80 a R$ 276; resultados saem de 1 a 2 dias
Laboratório Exame: custo entre R$ 96 e R$ 365; resultados saem de 1 até 7 dias úteis
176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e tendas para pacientes da dengue: atendimento gratuito; resultados saem de 5 até 8 dias
👉Confira aqui onde buscar atendimento na rede pública do DF
Aumento de casos
Brasil registra mais de 55 mil casos de dengue em 2024
A dengue é transmitida para o ser humano por meio de picadas de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. Ao longo da vida, uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes, pois pode ser infectada com os quatro diferentes sorotipos do vírus.
O DF teve um aumento de 435% nos casos prováveis da doença em 2024, comparado com o mesmo período do ano passado. Foram 5.096 notificações identificadas pela Secretaria de Saúde (SES-DF) entre 31 de dezembro de 2023 e 13 de janeiro de 2024.
Segundo dados do laboratório Sabin, até o dia 15 de janeiro de 2024, 925 testes deram positivo para dengue no DF. Um aumento de 3.000%, se comparado ao mês inteiro de janeiro de 2023, quando 27 testes foram positivos.
Quando procurar uma UBS?
Se houver sintomas leves, como febre alta (acima de 38ºC), dores no corpo, nas articulações, atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, cefaleias e possíveis manchas vermelhas.
👉 Veja aqui a lista das UBSs no DF
Quando procurar uma UPA?
Em casos mais graves, classificados como grupos C e D, que envolvem dores intensas na barriga, vômitos persistentes, sangramentos no nariz, na boca ou nas fezes, tonturas e extremo cansaço, os pacientes devem procurar para uma das 13 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
👉 Veja aqui onde ficam as UPAs no DF
Sintomas da dengue
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da dengue são:
Febre alta, maior que 38°C
Dor no corpo e articulações
Dor atrás dos olhos
Mal estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo
No entanto, a infecção pode ser assintomática e apresentar um quadro leve. Nos casos mais graves, sinais de alarme (destacados no início da reportagem) aparecem. Dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas são alguns deles.
Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas – acima de 60 anos – têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Além disso, os riscos aumentam quando a pessoa tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
A recomendação do Ministério da Saúde é que ao perceber algum dos sintomas, o ideal é buscar um diagnóstico e tratamento em uma UBS ou hospital.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, para os casos leves com quadro sintomático o tratamento recomendado é:
Repouso relativo, enquanto durar a febre
Estímulo à ingestão de líquidos
Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre
Não administração de ácido acetilsalicílico (aspirina)
Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme
Nos casos leves, a dengue tem cura espontânea em 10 dias. Já os pacientes com sinais de alarme e quadros graves precisam de internação.
Como evitar a dengue👀
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros
Tampe os tonéis e caixas d’água
Mantenha as calhas limpas
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo
Mantenha lixeiras bem tampadas
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas)
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa
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