Cerca de 600 indígenas de 15 aldeias se reúnem em Porto Alegre para os primeiros Jogos Tradicionais dos Povos Originários do Sul. A atividade será realizada neste sábado (14), na aldeia Kaingang Tupé Pãn, no Morro do Osso, e reunirá representantes dos povos Kaingang, Mbya Guarani, Xokleng e Charrua. A programação inclui corrida de tora, tiro de lança, arco e flecha, cabo de guerra e partidas de futebol masculino e feminino.
As competições terão a participação do ex-árbitro Márcio Chagas . “É uma grande honra para mim poder participar e apitar os primeiros jogos dos povos originários na aldeia Tupé Pãn. Venham todos, o apito é por minha conta. A aldeia Kaingang e a Taça Krenak esperam receber bastante gente”, convidou Chagas.
A iniciativa é coordenada pela Cooperativa Voz da Periferia – Criativistas, em parceria com a Aldeia Tupé Pãn e outras aldeias da região. O projeto é viabilizado por meio de editais do Ministério dos Povos Indígenas, da Funarte – Retomada e do Museu do Índio, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
De acordo com a cooperativa organizadora, os jogos buscam promover a valorização das práticas esportivas ancestrais e fortalecer a identidade dos povos originários do Sul do Brasil. Além das competições, haverá programação cultural com apresentações musicais e a escolha simbólica da Guerreira e do Guerreiro indígena.
A estrutura do evento prevê transporte, alimentação, hospedagem colaborativa e entrega da Taça Krenak às aldeias participantes. As atividades serão transmitidas ao vivo pelas redes sociais da Criativistas Coop e de diversas aldeias.
A organização destaca que os jogos também visam contribuir para o reconhecimento das tradições indígenas e incentivar a prática esportiva entre jovens e adultos, com destaque para a participação feminina nas provas.
“Acreditamos que os esportes tradicionais fortalecem a saúde, a autoestima e a cultura das aldeias, além de reafirmarem a presença indígena no sul do país”, informa a Cooperativa Voz da Periferia em nota.
A atividade também busca enfrentar a invisibilidade histórica dos povos originários na região. “Grande parte da população ainda desconhece que o Sul do Brasil tem uma rica presença indígena, muitas vezes ofuscada pela narrativa de colonização europeia”, acrescenta a organização.
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