Julgamento de PM por matar Leandro Lo é suspenso; relembre o caso do lutador de jiu-jítsu

Julgamento de policial militar acusado de matar o lutador Leandro Lo é adiado em SP

Julgamento de policial militar acusado de matar o lutador Leandro Lo é adiado em SP – Foto: Divulgação/ND

O julgamento do policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o lutador de jiu-jítsu e campeão mundial Leandro Lo, foi suspenso pela Justiça. A sessão do júri popular estava marcada para esta quinta-feira (22).

A determinação foi feita pelo desembargador Marco Antônio Cogan, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os advogados do réu entraram com um pedido urgente, na quarta-feira (21), alegando que ele teve seu direito de defesa prejudicado.

O juiz responsável pelo caso decidiu cancelar os depoimentos de peritos contratados pelos representantes do réu. Eles estavam autorizados a falar no julgamento, desde que comparecessem por conta própria. Os peritos haviam elaborado laudos que beneficiavam a versão apresentada pelo policial.

O desembargador Cogan considerou que essa mudança poderia desequilibrar o julgamento e adiou a sessão. A nova data ainda não foi definida.

Relembre o caso da morte do lutador Leandro Lo

O lutador Leandro Lo, de 33 anos, foi morto no dia 7 de agosto de 2022, no Clube Sírio, em São Paulo. Ele foi baleado na cabeça durante um show. O acusado pelo homicídio, policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, se entregou à Corregedoria da PM e foi detido. Ele está preso preventivamente desde então.

Lutador de jiu-jítsu foi morto com tiro na testa em show em clube de São Paulo

Lutador de jiu-jítsu foi morto com tiro na testa em show em clube de São Paulo – Foto: Divulgação/ND

O crime teria ocorrido durante uma discussão entre os dois. Segundo o advogado da família de Leandro Lo, o lutador imobilizou o policial para acalmar a situação. Após se afastarem, Henrique Velozo sacou a arma e deu um tiro à queima-roupa na testa do lutador. O atleta morreu no hospital.

O advogado da família ainda descreveu que, após o tiro, o PM deu dois chutes em Leandro, que já estava no chão. Ele fugiu logo em seguida e foi visto em um motel.

Um amigo do lutador que presenciou o crime afirmou que o policial estava sozinho e provocou Leandro e outros cinco amigos, que estavam em uma mesa.

Em setembro de 2022, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público contra o policial. Ele virou réu por homicídio triplamente qualificado.

As qualificadoras do crime foram: motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso, ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.

 Henrique Velozo é acusado de homicídio triplamente qualificado

Caso Leandro Lo: Henrique Velozo é acusado de homicídio triplamente qualificado – Foto: Divulgação/ND

A denúncia ainda relata que o policial teria agido por vingança, após ter se sentido “humilhado” com a imobilização sofrida.

Henrique, por sua vez, alega que agiu em legítima defesa. Em interrogatório na fase de instrução do julgamento, ele afirmou foi atacado pelo lutador repentinamente e chegou a desmaiar.

Ao acordar, ele ainda estaria sob domínio físico de Leandro Lo e, temendo uma nova agressão, efetuou o disparo. “Não tive a intenção de matar. Atirei para proteger a minha vida”, argumentou.

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