
O otimismo com o mercado acionário brasileiro ganha fôlego com as projeções revisadas por grandes instituições financeiras. O Morgan Stanley elevou sua estimativa para o Ibovespa, passando a projetar 189 mil pontos até meados de 2026. Já o Banco Safra vê o principal índice da B3 chegando a 170 mil pontos no mesmo período.
Os dois bancos mantêm visão construtiva sobre o Brasil e apontam que o país está posicionado de forma estratégica para se beneficiar de um movimento global de rotação de ativos, com maior alocação em mercados emergentes.
Morgan Stanley aposta em mudança fiscal e enfraquecimento político
No relatório divulgado nesta semana, o Morgan Stanley manteve sua recomendação “overweight” (acima da média) para o Brasil. O banco destaca que o atual cenário ficou mais positivo diante de sinais de enfraquecimento da plataforma política vigente, taxa de juros no pico e possibilidade de um dólar mais fraco nos próximos trimestres.
A instituição vê também espaço para mudanças na política fiscal em razão do calendário eleitoral e aumentou sua exposição a setores como serviços financeiros, estatais, utilities e concessões.
Para o banco, o mercado brasileiro segue barato, com baixa participação de investidores em renda variável e uma concentração ainda elevada na renda fixa.
Safra vê fluxo global favorecendo emergentes e destaca valuations atrativos
Na mesma direção, o Banco Safra também revisou para cima sua projeção para o Ibovespa, estimando 170 mil pontos até meados de 2026. O banco justifica o movimento com base na expectativa de corte da Selic, redução do risco-país e migração de recursos da renda fixa para a variável.
O Safra também ressalta o bom desempenho das empresas, mesmo em meio a uma desaceleração moderada da economia. A redução do custo de capital, de 15,30% para 14,80%, também sustenta a tese de valorização.
Além disso, a guerra comercial entre Estados Unidos e China impulsiona o fluxo de investidores estrangeiros para países emergentes, com o Brasil ganhando destaque entre os destinos preferenciais.
Juros no pico e dólar mais fraco fortalecem a atratividade dos ativos brasileiros
A combinação de juros elevados no topo do ciclo, dólar em trajetória de enfraquecimento e fluxo positivo de investidores estrangeiros fortalece a tese de que o Brasil pode estar iniciando um ciclo de bull market.
Para analistas, a percepção de que os ativos brasileiros estão descontados em relação a outros emergentes, somada à perspectiva de melhora no ambiente político e fiscal, cria um cenário de valorização expressiva no médio prazo.
Opinião: cenário internacional favorável
Para Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, o otimismo com a Bolsa brasileira tem respaldo em dois pilares principais: o cenário internacional mais favorável e a redução do prêmio de risco local. Segundo ele, caso a inflação global — especialmente nos Estados Unidos — continue a perder força, abre-se espaço para uma retomada do ciclo de cortes de juros nas principais economias, o que aumentaria a liquidez global e beneficiaria mercados emergentes como o Brasil.
No âmbito doméstico, Saravalle destaca a sinalização do fim do aperto monetário e a possível queda da Selic como fatores que reduzem o custo de capital e melhoram os valuations. “Mesmo com a recente alta, os múltiplos do Ibovespa ainda estão abaixo da média histórica, negociando perto de oito vezes o lucro. Há espaço para valorização no horizonte de 6 a 12 meses”, avalia. Para o longo prazo, no entanto, Saravalle ressalta que seria necessário um ambiente político mais previsível e reformas estruturais que sustentem uma trajetória consistente de crescimento.
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