Brasil é o vilão do comércio global? Entenda

Em meio ao aumento do protecionismo global e às recentes críticas direcionadas ao Brasil, o economista-chefe da Warren, Felipe Salto, rebateu a narrativa de que o país seria um exemplo negativo na abertura comercial mundial. Durante entrevista ao programa BM&C News, Salto comentou as observações do Wall Street Journal, que chegou a citar o Brasil como um modelo de economia fechada, contrastando com o atual movimento dos Estados Unidos.

Abertura dos anos 1990 e volatilidade cambial

Salto lembrou que o Brasil promoveu uma abertura comercial importante na década de 1990, especialmente durante os governos de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, apesar da liberalização ter sido mais intensa na conta de capital e financeira do balanço de pagamentos do que na conta comercial, as reformas abriram a economia e contribuíram para a volatilidade da taxa de câmbio. “Isso explica a forte influência das decisões de política monetária dos EUA sobre o câmbio brasileiro”, pontuou.

Protecionismo é prática comum nos EUA

Na avaliação do economista, é impreciso apontar o Brasil como símbolo do protecionismo, considerando que os Estados Unidos, tanto sob governos democratas quanto republicanos, sempre adotaram políticas protecionistas robustas. Salto destacou o volume de subsídios e incentivos oferecidos à indústria americana, prática recorrente há décadas, que agora ganha contornos mais explícitos com o aumento das tarifas e de uma estratégia quase mercantilista.

“Os EUA historicamente crescem com déficits comerciais, estimulando o consumo interno e atraindo capital estrangeiro por serem detentores da moeda de reserva internacional”, explicou Salto, ponderando que este cenário começa a mudar diante das novas diretrizes de política econômica norte-americana.

Revisão da estratégia de comércio exterior

Por fim, Salto reconheceu que o Brasil pode, sim, repensar sua política de comércio exterior, considerando o alto volume de subsídios tributários praticados no país. No entanto, ele rejeitou categoricamente a ideia de que o país mereça o rótulo de vilão global. “Haja paciência”, resumiu o economista.

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