Saiba como é o modelo do avião da Embraer que caiu no interior de SP

São Paulo O modelo do avião de pequeno porte que caiu durante uma tempestade na noite dessa quarta-feira (23/10) em Paraibuna, no interior de São Paulo, era um Embraer-121 Xingu. Todas as cinco pessoas a bordo morreram, de acordo com a Abaeté Aviação, proprietária da aeronave.

Apesar de ter capacidade para oito passageiros, cinco estavam a bordo: o comandante, o piloto, uma médica, um enfermeiro e um mecânico.

O modelo 121 Xingu faz parte da família de turboélices pressurizadas, do Projeto 12X, da Embraer. Eles têm fuselagem com cabine, leme e seção de asa e sua asa possui aerodinâmica supercrítica, o que a permite cortar o ar com mais eficiência e menos resistência.

Modelo pioneiro

O modelo foi a primeira aeronave pressurizada construída e projetada no Brasil. Ele consegue voar a 28 mil pés de altitude e mantém a pressão interna equivalente a 8 mil pés.

Inaugurando avanços tecnológicos para o segmento aeronáutico do país, o Embraer-121 Xingu conta com a instalação da cauda tipo T, o que significa que o conjunto estabilizador horizontal foi montado no topo do estabilizador vertical, garantindo menor nível de vibração e ruído.

Outro destaque do Xingu é o baixo consumo de combustível, equivalendo a um quarto do necessário para um jato similar. Ele pode operar em pistas curtas. Seu nome se dá em homenagem ao rio que nasce em Mato Grosso e deságua no Rio Amazonas, passando pelo Parque Indígena do Xingu.

O primeiro comprador do modelo foi a Força Aérea Brasileira (FAB), atendendo ao Grupo de Transporte Especial (GTE) de Brasília. Ele foi o primeiro avião de fabricação nacional a fazer a travessia do Atlântico, juntamente com um Bandeirante, em 1977. Na ocasião, as aeronaves saíram de São José dos Campos, fizeram escala em Fernando de Noronha, Dakar e Sevilha até chegarem em Paris, o destino final.

Após a decisão da Força Aérea Francesa de prolongar a vida operacional do Embraer-121 Xingu até 2025, o modelo ficará em operação por 42 anos consecutivos.

Dados técnicos:

Nome da aeronave: Embraer-121 Xingu
Nicho de mercado: Aviação executiva
Capacidade de passageiros: 8
Especificação de motores: 2 Pratt&Whitney PT6A-28, 680HP cada
Velocidade máxima de cruzeiro: 456 km/h
Alcance: 2342 km
Distância de pouso: 610 m
Distância de decolagem: 1000 m

O acidente

Uma aeronave de pequeno porte caiu em Paraibuna, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, na noite desta quarta-feira (23/10), durante uma tempestade. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave colidiu com um morro e, após o impacto, pegou fogo. De acordo com o órgão, moradores da região testemunharam o acidente e imediatamente acionaram as autoridades.

Cinco pessoas morreram com a queda da aeronave. As vítimas são todas colaboradoras da empresa responsável pelo avião, Abaeté Aviação, sendo um comandante, um piloto, uma médica, um enfermeiro e um mecânico.

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Destroços de aeronave que caiu na noite de quarta-feira (23/10)

Avião cai em Paraibuna
Queda de aeronave em Paraibuna deixa 5 mortos, diz Defesa Civil
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Até o momento não foram identificados sinais de sobreviventes

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Destroços de aeronave que caiu na noite de quarta-feira (23/10)

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Queda de aeronave em Paraibuna deixa 5 mortos, diz Defesa Civil

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“Segundo informações das autoridades locais, a aeronave foi encontrada, sem sobreviventes”, afirma a empresa em nota enviada ao Metrópoles.

Segundo a companhia baiana, o voo era um traslado que retornava de Florianópolis (SC) em direção a Belo Horizonte (MG). Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou que o avião tem matrícula PT-MBU. De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião é um modelo EMB-121A1, da Embraer, com capacidade para oito passageiros.

De acordo com informações da empresa aérea, o avião de modelo Xingu decolou às 16h51 de Florianópolis nessa quarta e caiu às 18h39 do mesmo dia na divisa de Paraibuna e Santa Branca, no interior do estado.

De acordo com a Abaeté Aviação, a causa do acidente ainda é desconhecida. “A empresa está trabalhando junto às autoridades de investigação de acidentes e oferecendo toda a assistência possível neste momento difícil”, finaliza.

O Corpo de Bombeiros já havia encontrado os destroços do avião, mas as condições adversas, como a forte chuva, a baixa visibilidade e o estado de destruição do avião, estavam dificultado a localização das vítimas.

A FAB informou ainda que investigadores do Cenipa foram acionados nessa quarta-feira para realizar a ação inicial da ocorrência, entre os municípios de Paraibuna e Santa Branca.

“Na ação inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, adicionaram.

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