Falta pouco mais de um mês para o São João e o comércio no Centro de Abastecimento em Feira de Santana já começa a aquecer com o surgimento de alimentos tradicionais da festa. O milho, o amendoim e a laranja, que enchem a mesa durante a festa, já aparecem entre as outras frutas e verduras em maior proporção.
Entre as mercadorias que já começam a ganhar destaque, a laranja está garantida para a festa mais esperada do ano pelos nordestinos. Quem confirma é a feirante Maria Zilma da Silva. “Esse ano então não vai faltar laranja pera, nem de umbigo.” Até o momento, o produto, que vem de Alagoinhas, está custando R$ 30 o centro e R$ 5 a dúzia.
Apesar disso, ela faz um alerta para o amendoim, que pode faltar no tabuleiro de muita gente. “Vai faltar. Porque não teve chuva no tempo. Vai vir de fora, de irrigação. Vai ter pouco amendoim”, disse Dona Maria, explicando que a mercadoria deve chegar de Sergipe e Ceará. Segundo ela, regiões tradicionais como Santo Antônio de Jesus e Alagoinhas terão baixa produção. “Vai vir pouco da região. Vai ter amendoim, mas vai vir mais caro”, alertou.
O vendedor José Inácio da Silva, há 20 anos no ramo de produtos da roça, disse que o produto não deve faltar, mas vai chegar mais caro para o consumidor. “Quando não vende em um canto, vende em outro”. Ele conta que trabalha com amendoim, abóbora, inhame e aipim, e mesmo com o movimento ainda tímido, a esperança é de boas vendas. “O negócio está devagar”, disse ao Acorda Cidade.
E se o amendoim não vai sair tão barato, o milho verde também vai exigir atenção. O vendedor José Neto, feirante de tradição — contou à reportagem que já chegou um carregamento do produto vindo de Ubaúba, em Sergipe, aproximadamente 200km de Feira. “Esse milho é bom, é doce. O milho de Sergipe sempre dá bom. Mas vai ser pouco esse ano porque a chuva atrasou. Não vai faltar, mas vai ser bem pouco. Não será igual ao ano passado que foi muito. Vai ter milho, não vai ser muito, mas vai estar caro”.
O preço do centro de milho gira em torno de R$ 100, com a espiga saindo a cerca de R$ 1 no varejo. Neto, que trabalha com a família e emprega cerca de 30 pessoas, disse que a previsão é vender todo o carregamento em poucas horas. “De uma da manhã até meio-dia, já encerramos. E já tem outro caminhão vindo de Sergipe”. Para ele, o movimento está bom.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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