Comitiva de SC nos EUA garante financiamento de US$ 850 mi do Banco Mundial; veja aplicações

Governo de Santa Catarina traz US$ 845 milhões em financiamentos do Banco Mundial

Secretário de Articulação Internacional de Santa Catarina, Paulo Bornhausen foi o mentor da viagem que garantiu US$ 845 milhões em financiamentos do Banco Mundial – Foto: Roberto Zacarias/Divulgação/ND

Após a missão catarinense nos Estados Unidos na última semana, na bagagem de volta, o governo trouxe, assegurados, US$ 845 milhões (R$ 4,7 bilhões) em financiamentos do Banco Mundial.

Tem ainda uma sinalização positiva de financiamento de US$ 200 milhões para investimentos na mobilidade da Grande Florianópolis. Os recursos garantidos serão aplicados em quatro frentes: agricultura, infraestrutura, BRT do Vale do Itajaí e resiliência a tragédias climáticas.

Comitiva assegura investimento do Banco Mundial e investidores nacionais e internacionais

Além dos recursos com o Banco Mundial, o Estado abriu portas para que investidores do Brasil e do exterior conhecessem e marcassem novas conversas com empresas catarinenses.

A viagem da comitiva catarinense, com representantes do governo e empresários, além de outros políticos, teve dois momentos. Primeiro, no SC Day, no evento Brazilian Week, onde Santa Catarina foi apresentada a um grupo de investidores.

Essa etapa foi em parceria com a iniciativa privada catarinense. “A sensação que ficou no final é: ‘Isso é Brasil?’ Santa Catarina se destaca muito”, afirmou o secretário de Articulação Internacional de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, mentor da viagem.

Conforme ele, a impressão deixada foi muito positiva e em seguida haverá mais desdobramentos, pois diversos fundos procuraram o governo.

Entre as prioridades de investimento, o governador Jorginho abordou o plano de ferrovias e, com mais ênfase, a Via Mar, projeto de uma nova rodovia paralela à BR-101, ligando Joinville ao anel viário da Grande Florianópolis. Jorginho também participou de palestras, posicionando Santa Catarina para empresários brasileiros.

Rodovia Via Mar terá recurso do Banco Mundial – Foto: Reprodução/Ecopik/ND

“Às vezes, achamos que Santa Catarina é conhecida por todos, mas nem sempre. Ao final desses eventos muitos brasileiros procuraram o governador, pedindo a oportunidade para conversar sobre investimentos aqui”, completou o secretário.

Na visão de Bornhausen, o sucesso da apresentação catarinense em Nova York se deve aos indicadores do Estado:

“Somos um mar de oportunidades, porque temos segurança jurídica, segurança pública, nível educacional e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) elevado. Portanto, um Estado multifacetado, regiões com perfis diferentes, da agroindústria, da indústria, da tecnologia e do turismo.”

Presidente da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), Diego Brites Ramos, disse que apresentar Santa Catarina com o governo do Estado foi extremamente relevante.

“Apresentamos o ecossistema de tecnologia e inovação catarinense e notamos como brasileiros e norte-americanos presentes ficaram impressionados, muitos sem imaginar o cenário que possuímos aqui. A Acate tem em seu planejamento estratégico para os próximos anos a visão de que Santa Catarina pode ser uma ponte para o mundo”, diz ele.

Presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Mario Cezar de Aguiar, disse que os encontros com investidores permitiram mostrar que Santa Catarina é um Estado empreendedor, com empresas inovadoras que produzem produtos de valor agregado.

“Os Estados Unidos são hoje o principal parceiro comercial catarinense nas exportações, mas queremos ampliar os negócios e a cooperação com o país. De 2010 para 2024, o PIB (Produto Interno Bruto) catarinense teve expansão de 52,8% e a população do Estado cresceu 21,8%. Esse crescimento precisa ser acompanhado por investimentos, especialmente em infraestrutura”, disse Aguiar.

Recursos do Banco Mundial

Depois de Nova York, a comitiva catarinense esteve em Washington, onde a principal agenda foi garantir recursos, em financiamentos, com o Banco Mundial, a juros abaixo dos 2% e com carência acima de cinco anos. Cabe destacar que nem todos os recursos serão pagos pelo governo, pois também haverá contrapartida dos municípios.

Quatro projetos estão contratados por Santa Catarina. Na agricultura, a quarta edição do Microbacias, projeto para fixar jovens na propriedade rural, dando condições tecnológicas e empresariais. Nesse caso, foram assegurados US$ 150 milhões.

Outra garantia, de US$ 375 milhões, é para o programa Estrada Boa, que além de revitalizar as rodovias, vai deixar contratada a manutenção por oito a dez anos.

“A falta de manutenção deixa a estrada com problemas rapidamente. Além disso, é mais segurança. As rodovias federais têm índice muito alto de acidentes e de mortalidade e isso se reflete nas estaduais também”, destacou o secretário Bornhausen.

O terceiro financiamento é do Promobis, de US$ 120 milhões. Trata-se de um projeto de mobilidade integrada e sustentável, planejado para a região da Foz do Rio Itajaí, envolvendo 11 municípios.

“Se divide em dois tempos, a contratação do sistema 100% elétrico, urbano, dos 11 municípios com o BRT nos seus principais eixos, entre Camboriú e o Aeroporto de Navegantes, esse será o sistema que vai funcionar de transporte público, 100% elétrico nos 11 municípios. E aí também vêm os recursos necessários para fazer a PPP do túnel, que será executado pelo Estado”, explicou Bornhausen.

O quarto projeto é o de resiliência climática, de US$ 200 milhões. “Eram US$ 150 milhões, mas o governador pediu mais US$ 50 milhões e o banco já assinalou”. Ainda conforme Bornhausen, Jorginho também demandou uma linha de crédito para a eletrificação do transporte urbano da Capital e da região da Grande Florianópolis.

Recursos do Banco Mundial serão usados para o programa Estrada Boa

Recursos do Banco Mundial serão usados para o programa Estrada Boa – Foto: Roberto Zacarias/SECOM

Recursos assegurados do Banco Mundial

  • Microbacias: US$ 150 milhões
  • Resiliência climática: US$ 200 milhões
  • Promobis: US$ 120 milhões
  • Estrada Boa: US$ 375 milhões
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