Saúde mental dos bancários será tema de audiência pública no Paraná

A pressão por metas, o medo constante e o assédio institucionalizado têm adoecido milhares de trabalhadores do setor financeiro. Para debater essa realidade alarmante, será realizada uma audiência pública com o tema “Medo, pressão e assédio: a saúde mental dos bancários e financiários”, no próximo dia 20 de maio, das 9h às 12h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O evento contará com transmissão ao vivo pela TV Assembleia e pelo YouTube.

A iniciativa é da Frente Parlamentar de Promoção da Saúde Mental, coordenada pela deputada estadual Ana Julia Ribeiro (PT-PR), em parceria com o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região.

Para a deputada Ana Júlia, “o lucro não pode continuar custando a saúde dos trabalhadores.” Foto: Assessoria Ana Júlia.

“Nosso objetivo é dar visibilidade aos altos índices de adoecimento enfrentados pelos trabalhadores bancários e financiários, com olhar especial para a saúde mental”, explica Ana Fideli, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato. “A categoria vive uma dura realidade, permeada por pressão constante, cobranças abusivas por metas e assédio moral institucionalizado.”

A audiência contará com a presença de parlamentares, representantes do Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), da Vigilância em Saúde do Trabalhador, de profissionais da saúde, advogados das áreas previdenciária e trabalhista, além de entidades como a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e a Fetec-CUT-PR (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná).

“É preciso denunciar o avanço do adoecimento dos trabalhadores bancários e financiários e cobrar políticas efetivas de prevenção por parte das empresas”, afirma Cristiane Zacarias, presidenta do Sindicato. “A saúde e a vida devem estar acima do lucro!”

Números que preocupam

Levantamento realizado em 2024 pela Contraf-CUT em parceria com o Instituto Ibract entrevistou mais de 5.800 trabalhadores do ramo financeiro. O estudo revelou que:

  • 80% relataram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano;
  • 40% estavam em acompanhamento psiquiátrico, e 91,5% desses faziam uso de medicação prescrita;
  • 59,7% estavam em tratamento médico com outras especialidades, e 64,4% também utilizavam medicamentos;
  • Para 54,5%, o trabalho foi o principal motivo para buscar tratamento.

Afastamentos por adoecimento

Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), analisados pelo Dieese, revelam a gravidade do problema:

  • Em 2024, foram registrados 168,7 mil afastamentos acidentários (B91) no Brasil. Desses, 2,81% ocorreram na categoria bancária.
  • No mesmo ano, os afastamentos previdenciários (B31) somaram quase 2,2 milhões, sendo 1,12% da categoria bancária.
  • Apesar disso, os bancários representam apenas 0,8% do emprego formal no país.

Entre os afastamentos por saúde mental, os bancos múltiplos lideram o ranking com 1.946 casos, seguidos por bancos comerciais (269) e caixa econômica (253). Também foram os bancos múltiplos que ocuparam a 5ª posição entre os afastamentos previdenciários, com 8.345 ocorrências.

SERVIÇO:

Audiência Pública: Medo, pressão e assédio — a saúde mental dos bancários e financiários
📅 Data: Terça-feira, 20 de maio
🕘 Horário: Das 9h às 12h
📍 Local: Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep)
📺 Transmissão ao vivo: TV Assembleia e YouTube

Adicionar aos favoritos o Link permanente.