
O mercado financeiro brasileiro começa a dar sinais de que pode estar entrando em um novo ciclo de valorização — o chamado bull market. É o que avalia o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, em entrevista à BM&C News. Segundo ele, há três fatores que vêm sustentando o otimismo dos investidores, apesar das incertezas fiscais e da volatilidade política.
Um dos principais motores dessa tendência é o fim do ciclo de aperto monetário. Para Spiess, o Banco Central deixou claro que está satisfeito com a Selic no atual patamar de 14,75% e, mesmo que ainda haja uma alta residual, o cenário já aponta para um possível início de cortes nos juros — movimento que costuma impulsionar os ativos de risco, como ações.
O segundo pilar é a temporada de resultados do primeiro trimestre de 2025, que veio acima das expectativas. Após um quarto trimestre fraco, muitas empresas conseguiram se ajustar e apresentar lucros melhores, o que ajudou a reforçar o apetite por risco. “Os balanços surpreenderam positivamente e criaram o pano de fundo ideal para o mercado começar a precificar uma melhora mais estrutural”, destacou o analista.
O terceiro ponto levantado por Spiess é a antecipação do debate eleitoral de 2026. Com a perda de popularidade do governo e as recentes crises, como a envolvendo o INSS, cresce a expectativa de mudança no pêndulo político — algo que, se resultar em um governo com perfil mais fiscalista, pode contribuir para uma trajetória mais saudável das contas públicas a partir de 2027.
Apesar do cenário favorável, Spiess faz um alerta: “Não será um caminho linear. O Brasil ainda carrega uma volatilidade fiscal grande, e até 2027 será preciso fazer um ajuste significativo. Sem uma reforma ampla, o governo terá pouco espaço de manobra”. Segundo ele, esse ponto seguirá no radar dos investidores, mesmo com o avanço recente da Bolsa, que superou os 140 mil pontos pela primeira vez na história.
O que é bull market?
O termo bull market se refere a um período prolongado de alta consistente nos preços dos ativos financeiros, como ações. Caracteriza-se por otimismo generalizado, maior apetite por risco e entrada de fluxo de capital, especialmente estrangeiro. Esse ciclo pode durar meses ou anos, e geralmente é impulsionado por fatores como crescimento econômico, queda de juros, resultados corporativos positivos e estabilidade política.
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