Candidatos pró-Europa derrotam extrema direita na Romênia e Polônia

Os prefeitos das capitais de Romênia e Polônia derrotaram rivais da extrema direita em eleições presidenciais ocorridas no domingo (18). O prefeito centrista pró-europeu de Bucareste, Nicusor Dan, venceu neste domingo (18) o segundo turno das eleições presidenciais romenas em uma reviravolta surpreendente em relação ao primeiro turno.

Já o prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, um político pró-UE, obteve uma vitória apertada no primeiro turno das eleições presidenciais da Polônia no domingo e enfrentará o nacionalista Karol Nawrocki no segundo turno, de acordo com os resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira (19).

Nicusor Dan venceu a eleição presidencial na Romênia com 54% dos votos contra George Simion, um nacionalista admirador de Trump. Simion, após hesitar, reconheceu a derrota. A eleição teve alta participação (65%) e foi vista como crucial para o futuro europeu do país, especialmente após a anulação de uma eleição anterior por suspeita de interferência russa.

Líderes europeus e Zelensky celebraram a vitória de Dan, um europeísta convicto e defensor de Kiev. A Romênia é um pilar essencial da Otan desde a invasão russa na Ucrânia. Simion criticava a UE e a ajuda militar à Ucrânia, capitalizando o descontentamento popular com a economia e a corrupção. Um candidato ultradireitista anterior, Calin Georgescu, foi indiciado por suspeitas de interferência russa. Eleitores esperam, agora, que a eleição de Dan traga estabilidade após um período de caos.

O segundo turno do pleito presidencial polônes ocorre em 1º de junho e é considerado decisivo para o futuro do país, membro da UE e da Otan, já que o presidente tem um importante poder de veto. Trzaskowski, candidato da Coalizão Cívica (PO), recebeu 31,36% dos votos contra 29,54% de Nawrocki, informou a Comissão Eleitoral.

Polônia

Os dois candidatos de extrema direita somaram 21,15% dos votos. Se Trzaskowski conseguir vencer o segundo turno, o resultado teria um impacto positivo para o governo do primeiro-ministro Donald Tusk, um ex-líder da UE que viu muitas de suas iniciativas frustradas pelo atual presidente, o conservador Andrzej Duda.

Contudo, uma vitória de Nawrocki, um historiador que se declara admirador de Donald Trump e é apoiado pela oposição nacionalista Lei e Justiça (PiS), poderia provocar, segundo analistas, a convocação de novas eleições parlamentares para formar um novo Executivo. A campanha foi dominada por questões de política internacional e o lugar que a Polônia deve ocupar entre a União Europeia e os Estados Unidos, cuja aliança parece mais questionada do que nunca durante o segundo mandato de Trump.

Agora, a incógnita está em saber se os eleitores da extrema direita vão apoiar Nawrocki no segundo turno, em uma eleição que teve taxa de participação de 67% no primeiro turno.

*Com AFP

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