Elas no comando: mulheres são maioria entre médicos no Brasil

Mulheres são maioria entre médicos no Brasil
Divulgação

Pela primeira vez, as mulheres são maioria entre os médicos em atividade. Segundo estudo de Demografia Médica no Brasil (DMB) divulgado no final de abril deste ano, elas representam 50,6% do total de médicos registrados no Brasil — um marco simbólico que reflete transformações estruturais na profissão mais tradicional da área da saúde.

O estudo mostra ainda que há 15 anos, essa realidade era bem diferente: em 2010, apenas 39% dos médicos eram mulheres. Desde então, a presença feminina não parou de crescer, especialmente entre os profissionais mais jovens: entre os médicos com até 34 anos de idade, 63% são mulheres.

A participação das mulheres na medicina acompanha uma tendência global, mas no Brasil ela avança em ritmo acelerado. A curva de crescimento é tão consistente que, mantida a trajetória atual, estima-se que até 2035 cerca de 56% dos médicos em atividade no país sejam mulheres.

Essa mudança tem impacto direto não apenas na demografia da classe médica, mas também em escolhas de especialidades, formatos de atendimento e modelos de liderança nos serviços de saúde. As especialidades com maior presença feminina incluem pediatria, ginecologia e dermatologia, enquanto áreas como cirurgia geral e ortopedia ainda têm predominância masculina — embora essa diferença também esteja diminuindo.

 Impacto no setor: liderança e mercado de trabalho 

Apesar do avanço numérico, as mulheres ainda são minoria nos cargos de chefia em hospitais e conselhos profissionais. O estudo revela que apenas 27% dos cargos de direção clínica em hospitais públicos e privados são ocupados por médicas.

Alice Sarcinelli comenta sobre os números do estudo. “É importante atentarmos que elas também precisam de oportunidade e de empenho para se posicionarem também em posições de liderança. A valorização delas em cargos de chefia e liderança na medicina é importante não apenas para a equidade de gênero, mas também para a qualidade e a humanização dos serviços de saúde”, destaca Alice. 

Um futuro mais diverso e humanizado 

A presença feminina na medicina tem sido associada a índices mais altos de empatia, comunicação com pacientes e adesão a protocolos clínicos, segundo estudos internacionais. Embora essas características não sejam exclusivas de gênero, o aumento da diversidade no setor contribui para um sistema de saúde mais plural, representativo e sensível às necessidades da população.

Essa mudança é mais do que estatística: é um sinal de que a medicina brasileira está sendo redesenhada — com mais vozes e mais olhares com a participação efetiva das mulheres.

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