Antiga sede do Diário Oficial é interditada após ginásio desabar

Antiga sede do Diário Oficial do ES
Fachada da antiga sede do Diário Oficial do Espírito Santo. Foto: Google Maps

Após o desabamento do Ginásio Jones dos Santos Neves, em Bento Ferreira, Vitória, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) interditou a antiga sede do Diário Oficial do Espírito Santo (DIO/ES) neste domingo (18).

Segundo o presidente da autarquia, Jorge Silva, o prédio, que fica ao lado do ginásio, teve parte da sua estrutura abalada pela queda.

“Com o desabamento, as paredes do DIO foram atingidas e parte dessas paredes desabaram. Então, para evitar quaisquer riscos em relação a outros desabamentos que poderiam ocorrer, com vítimas ou prejuízos assim, por prudência, nós embargamos a entrada de pessoas e outras movimentações no prédio”.

A antiga sede da Imprensa Oficial do Estado ficará interditada até esta segunda-feira (19), quando o Crea vai realizar uma vistoria às 7h.

Atualmente, o órgão funciona na Avenida Nossa Senhora da Penha.

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Como algumas paredes foram abaladas e estão “escoradas”, segundo Silva, o edifício “pode ou não ser liberado amanhã”. Tudo depende da avaliação da equipe multidisciplinar enviada pelo Crea ao local.

Neste momento, segundo o presidente, as estruturas não apresentam riscos à população que circula pela região. “Todo o risco externo, com a população, vizinhança, de um modo geral está contido”.

Apesar da segurança, ainda há chance de uma parede que sobrou do ginásio desabar. Por isso, a área foi isolada pela Crea. “Fariam a demolição desta parede hoje à noite, mas nós (Crea) indicamos que seja amanhã de manhã por causa dos cuidados que se deve ter”, explicou Jorge Silva.

Desabamento do ginásio

O Ginásio Jones dos Santos Neves passava por uma obra desde março deste ano, sob responsabilidade do governo do Estado. Nesta manhã, a intervenção foi embargada pela Prefeitura de Vitória.

A gestão municipal informou que a obra não tinha alvarás e que ela foi iniciada sem licença ambiental municipal e autorizações urbanísticas exigidas pela legislação local.

A obra previa a ampliação do ginásio de 400 para 1.100 lugares, além de melhorias na estrutura física, acessibilidade, iluminação, vestiários e instalações sanitárias. 

O investimento anunciado foi de aproximadamente R$ 30 milhões e estava sendo comandada pela Engix Construções e Serviços Ltda, de Brasília.

O desabamento de parte da estrutura ocorreu por volta das 17h20 de sábado, poucas horas depois da equipe que atuava na obra deixar o local.

Apesar da comoção, o desabamento não deixou feridos. Entretanto, ocorreram danos materiais, pois carros estacionados ao lado do ginásio foram atingidos.

Rajada de vento pode ter causado o desabamento

Segundo o presidente do Crea-ES, a hipótese é que rajadas de vento vindas do mar, podem ter causado o desabamento.

“Houve uma movimentação de massa de vento muito violenta, que nós chamamos de rajada maral – que veio do mar -, protegida por estes prédios ao lado e canalizada toda para onde está sendo feito o serviço. Isso influenciou é diretamente na queda da cobertura”, disse.

Ele ainda afirmou que a situação estrutural do prédio pode ter colaborado para o incidente, já que nenhuma obra de larga escala havia sido feita anteriormente.

“É um prédio em que, há mais de 70 anos, nunca houve uma intervenção tão forte e necessária na sua cobertura. Estamos fazendo análise não só na madeira, como no aço e no concreto, que está com bastante corrosão, madeiras totalmente danificadas, furações de cupins e brocas. Entendo que tudo contribuiu”.

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