
Após o desabamento parcial da estrutura do Ginásio Jones Santos Neves, na tarde do último sábado (17), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), enviou uma equipe para vistoria do local neste domingo (18).
Engenheiros civis, mecânicos, eletricistas, de segurança do trabalho e profissionais da área de avaliações e perícias de engenharia estão presentes no local desde as 11h. O presidente do Crea-ES, Jorge Silva, também acompanha a vistoria.
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Rajada de vento e idade da estrutura causaram o desabamento
Segundo Jorge Silva, o Crea-Es avalia as possíveis causas do desabamento que, até o momento, acredita-se ter sido ocasionado por ventos marais.
Houve uma movimentação de massa de vento muito violenta, que nós chamamos de rajada maral que veio do mar, protegida por estes prédios ao lado e canalizada toda para onde está sendo feito o serviço. Isso influenciou é diretamente na queda da cobertura.
Entretanto, segundo o especialista, a idade avançada da estrutura, que nunca havia passado por transformações em larga escala pode ter colaborado para que os alicerces não aguentassem.
“É um prédio em que, há mais de 70 anos, nunca houve uma uma intervenção tão forte e necessária na sua cobertura. Então estamos fazendo análise não só na madeira, como no aço, e no concreto que está com bastante corrosão, madeiras totalmente danificadas, furações de cupins e brocas. Então eu entendo que tudo contribuiu”, explica.
Ele ainda destaca o alívio de o desabamento não ter ocorrido quando pessoas ainda estavam no local. “A realidade que nós temos que agradecer a Deus pela sorte de não ter havido esse acidente”.
Paredão restante foi demolido nesta madrugada

O paredão do ginásio localizado em frente ao Instituto Braille, na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, que permaneceu de pé após o desabamento, foi demolido nesta madrugada, após a Defesa Civil identificar risco estrutural.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que manteve uma equipe no local para acompanhar a equipe, mas intervenções diretas não foram necessárias.
“O Corpo de Bombeiros Militar manteve uma equipe de prontidão durante a noite no Ginásio Jones dos Santos Neves, entretanto, não houve necessidade de atuação direta. As equipes que atuam na obra trabalharam durante a noite para remover uma parede que apresentava instabilidade, com risco de desmoronamento.”
Prefeitura de Vitória embargou obra neste domingo
Jorge Santo ainda confirmou que a Prefeitura de Vitória tentou embargar a obra por falta de alvará. Entretanto, o Crea-ES, considerou necessário dar continuidade aos trabalhos
Hoje pela manhã fomos procurado pelo governo do Estado e pela empresa, que receberam um embargo da prefeitura por falta de alvará de obra. Entendemos que muito mais importante do que esse alvará é tomar as medidas cabíveis. Alvará pode se resolver amanhã ou depois de amanhã.
Ainda de acordo com ele, levantamentos em relação à empresa e os profissionais capacitados foram feitas e o desembargo foi feito para evitar danos maiores.
Em nota, a prefeitura informou que a obra teria sido iniciada sem licença ambiental municipal e sem as autorizações urbanísticas exigidas pela legislação local.
“A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) notificou o responsável pela obra para que apresente a licença ambiental emitida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). […] Os órgãos municipais seguem acompanhando o caso e reforçam que o cumprimento da legislação ambiental e urbanística é imprescindível para garantir a segurança da população, a legalidade das obras e o ordenamento do território urbano.”
A vistoria do Crea-ES seguirá durante o domingo e os escombros do ginásio estão sendo retirados do local.