
A semana foi marcada por um cenário de ambiguidade nos mercados globais e locais, com indicadores econômicos que trouxeram tanto alívio quanto preocupação para os investidores. Em destaque, os dados de inflação nos Estados Unidos — com o CPI divulgado na terça-feira e o PPI na quinta — vieram abaixo das expectativas, reacendendo o debate sobre a possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve ainda em 2025.
Apesar do tom mais brando dos indicadores, o presidente do Fed, Jerome Powell, manteve um discurso cauteloso, sinalizando que a condução da política monetária seguirá dependente dos efeitos da guerra tarifária entre EUA e China, ainda sem solução definitiva.
“Mesmo com a inflação americana surpreendendo positivamente, o Powell deixou claro que o ambiente global — ainda pressionado por tarifas elevadas — continua sendo um fator de risco para a atividade econômica”, explica Marco Prado, apresentador do BM&C Pre-Market.
Mercados locais sentem o peso do risco fiscal
No Brasil, o otimismo observado nos mercados internacionais perdeu força diante do agravamento das preocupações fiscais. Ganharam corpo, nos últimos dias, as sinalizações de medidas populistas por parte do governo federal, como a gratuidade na conta de energia, o vale-gás, e mais recentemente, a proposta de aumento do Bolsa Família para R$ 700 a partir de 2026.
As promessas, em meio à crise emergente no INSS, aumentaram o temor sobre a sustentabilidade das contas públicas e interferiram na dinâmica dos mercados domésticos.
“Essas movimentações ligadas à popularidade do governo para 2026 chamaram atenção do mercado. O dólar, que vinha recuando, voltou a trabalhar acima de R$ 5,70 justamente por conta da desconfiança com o cenário fiscal”, destaca Prado.
Banco do Brasil decepciona e freia os mercados de ações
Do lado corporativo, a temporada de balanços trouxe surpresas mistas, mas o maior impacto nos mercados veio do Banco do Brasil (BBAS3), que revisou para baixo seu guidance, sinalizando um alerta importante para investidores.
As ações do banco estatal recuaram mais de 12% nesta sexta-feira (16), puxando para baixo o setor financeiro — um dos principais suportes do Ibovespa nas últimas semanas.
“O Banco do Brasil veio com um guidance bem negativo e isso fez preço na hora. Mesmo com o índice ainda em níveis elevados, a correção do setor financeiro travou o ímpeto de alta do Ibovespa”, analisa Prado.
Mercados internacionais operam de lado e dólar se fortalece
No exterior, as bolsas americanas operaram de lado, refletindo uma postura de espera mesmo com a inflação sob controle. O dólar, por sua vez, se fortaleceu frente à maioria das moedas globais, diante da incerteza sobre a guerra comercial e da expectativa de manutenção de juros altos pelo Fed.
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