Morre José Israel Vargas, ex-ministro da Ciência e Tecnologia

José Israel Vargas, cientista e ex-ministro
José Israel Vargas. Foto: Divulgação/Arquivo FIEMG

Morreu aos 97 anos, nesta quinta-feira (15), o cientista e ex-ministro da Ciência e Tecnologia José Israel Vargas. O velório será realizado nesta sexta-feira (16), das 9h às 12h30, no prédio da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no campus Pampulha.

O cientista era viúvo e deixa as filhas Maria, Joana e Cláudia. Nos últimos meses, ele passou por diversas internações.

Natural de Paracatu, Minas Gerais, ele era formado em química, física e doutor em ciências nucleares pela Faculdade de Física e Química da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Além de ter exercido os cargos de secretário de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, e de ministro de Ciência e Tecnologia entre os anos de 1992 e 1999, José Israel Vargas presidiu a Academia Brasileira de Ciências (ABC) de 1991 a 1993 e a Academia Mundial de Ciências (TWAS).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma nota de pesar e desejou que “Deus conforte os corações de seus familiares, amigos e colegas cientistas”.

“Além de sua reconhecida carreira acadêmica no campo das ciências nucleares, deu importantes contribuições às políticas públicas: ocupou, entre outros cargos, o posto de Ministro da Ciência e Tecnologia nos anos 1990. Vargas sempre defendeu a produção e a aplicação do conhecimento científico no Brasil e denunciou corajosamente o obscurantismo que enfrentamos no passado recente”, escreveu o chefe do Executivo.

A Academia Brasileira de Ciências também lamentou “profundamente a perda desse grande brasileiro”. “José Israel Vargas foi um defensor da energia nuclear e crítico do corporativismo na ciência brasileira”, diz a nota.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação disse que “neste momento de dor e saudade, se solidariza com os familiares, amigos e com toda a comunidade científica, homenageando o legado de um dos grandes nomes da ciência brasileira”.

Legado de José Israel Vargas

Sendo um dos formuladores da política de energia nuclear do Brasil no início dos anos 1960, o cientista teve o seu laboratório tomado pelo exército que deu um golpe de Estado em 1964.

Demitido e afastado da UFMG, onde lecionava, Vargas foi para a França e atuou como pesquisador do Centro de Estudos Nucleares do Comissariado de Energia Atômica, em Grenoble.

De volta ao Brasil, ele promoveu a expansão e consolidação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e trabalhou para aprimorar o Sistema Nacional da Propriedade Intelectual e a Metrologia e a Normatização.

*Com informações da Academia Brasileira de Ciências.

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