
Mesmo com o Ibovespa registrando nesta semana sua máxima nominal de fechamento, aos 138.963 pontos no dia 13 de maio de 2025, a marca histórica ainda está distante do que seria considerado seu verdadeiro topo — em termos reais e em dólar. O alerta é do economista Juan Schiavo, sócio da consultoria Cimo Family Office, que comparou os dados atuais com o pico registrado antes da crise de 2008.
Naquela ocasião, em 20 de maio de 2008, o Ibovespa fechou em 73.517 pontos. Corrigindo esse número pela inflação acumulada desde então — cerca de 161% entre maio de 2008 e abril de 2025 — o patamar equivalente hoje seria de 191 mil pontos. Ou seja, o índice precisaria subir cerca de 37% para atingir sua máxima real.
Em dólares, a comparação também é desfavorável. O ETF EWZ, que representa o Ibovespa negociado em Nova York, chegou ao seu topo histórico na mesma data de 2008, com um número índice de 100,47. No fechamento de 13 de maio deste ano, o EWZ marcava 28,33, reforçando o peso da desvalorização cambial ao longo de quase duas décadas.
Apesar disso, Juan avalia que há espaço para valorização: “A bolsa brasileira ainda negocia a múltiplos bastante descontados, com um P/L de cerca de 8 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, o que é baixo em relação a padrões históricos”.

Outro fator que reforça o potencial de alta, segundo o economista, é a subalocação estrutural em ações no Brasil. Mesmo após a recente recuperação, os investidores — tanto institucionais quanto individuais — ainda concentram a maior parte do capital em renda fixa, impulsionados pelos juros reais elevados.
“A combinação de valuations baixos com uma eventual melhora do cenário macro pode destravar valor na bolsa”, afirma Schiavo. “Se os fluxos começarem a se mover em direção à renda variável, o movimento pode ser expressivo.”
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