Aula pública em frente à Seduc é marcada por protesto e impasse com professores

APLB
Foto: Assessoria/APLB

Na manhã desta quinta-feira (15), professores da rede municipal de ensino de Feira de Santana realizaram uma aula pública em frente à sede da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), como forma de protesto contra o que classificam como descaso do poder público com a educação no município. O ato foi marcado por tensões, principalmente após o início de uma chuva e o impedimento de entrada dos educadores na sede da secretaria.

De acordo com a presidente da APLB Sindicato, professora Marlede Oliveira, os portões da Seduc foram fechados com a justificativa de segurança e a presença da Guarda Municipal impediu que os professores se abrigassem da chuva no interior do prédio.

“Ninguém queria invadir a Seduc. A intenção era apenas se proteger da chuva. Mas nossa atividade foi pensada para acontecer aqui fora mesmo, na porta da Secretaria, como uma forma de denunciar o abandono da educação em Feira de Santana”, afirmou Marlede ao Acorda Cidade.

Durante a aula pública, professores e mães de alunos denunciaram a falta de docentes e cuidadores nas escolas. Segundo relatos, crianças, inclusive com autismo, estão sem acesso à educação por falta de profissionais especializados.

A manifestação também evidenciou a insatisfação da categoria com a ausência de diálogo por parte da gestão municipal. De acordo com Marlede, desde janeiro a pauta de reivindicações dos professores segue sem resposta do secretário de Educação nem do prefeito. Entre os principais pontos estão o pagamento do piso salarial nacional, a revogação de alterações na carga horária dos professores — consideradas ilegais pela Justiça — e a valorização da carreira docente.

“Nós já obtivemos vitórias na Justiça, como a decisão que proíbe o aumento arbitrário da carga horária. A multa diária por descumprimento é de R$ 10 mil, mas até agora o governo não cumpre a determinação”, declarou ao Acorda Cidade.

A categoria, que se encontra em estado de greve, aprovou em assembleia realizada no início da semana o indicativo de paralisação geral, com nova assembleia marcada para a próxima terça-feira (20). A expectativa é que até lá o governo municipal apresente respostas concretas às reivindicações dos trabalhadores.

“São 13 pontos na nossa pauta, mas alguns são mais urgentes: o reajuste salarial com base no piso nacional previsto pela Lei 11.738, a publicação das alterações de carga horária e a reestruturação da tabela salarial. A antiga gestão destruiu a carreira do magistério, e isso precisa ser corrigido. Hoje, temos professores recebendo abaixo do piso”, concluiu Marlede.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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