
Dubai é uma cidade de contrastes. Para você sentir na pele o que de fato essa afirmativa significa, é preciso visitar pessoalmente esse que é um dos sete emirados que integram os Emirados Árabes Unidos, já que, para quem viaja pela metrópole apenas por meio de pesquisas da internet e por fotos de bancos de imagens, o que fica são os estereótipos, entre eles, o principal: o do luxo e da ostentação.
É inegável que a veia suntuosa pulsa fortemente por lá. Dubai é a cidade dos superlativos, é só observar o Guinness World Record. O título de “maior do mundo” está presente em todos os lados: o maior prédio do mundo, o maior shopping do mundo, a maior roda-gigante do mundo, a maior fonte dançante do mundo e a maior moldura do mundo.
O futuro e o passado estão interligados. Multifacetada, Dubai transita entre o requinte dos arranha-céus vanguardistas reluzentes e os charmes ancestrais dos souks perfumados. Num mesmo dia, você pode sair de um brunch no 122º andar do Burj Khalifa e, poucos passos depois, se encontrar negociando tapetes em meio a vielas — o que se mantêm em comum entre todos os ambientes são os aromas.

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Enquanto turistas circulam com ombros e pernas à mostra em meio a uma arquitetura diferenciada, mulheres árabes só saem de casa com Abaya — túnica longa, preta e solta, que cobre o corpo todo — e Shayla — véu leve usado para cobrir o cabelo.
Para desbravar o destino da forma mais completa possível e desmistificar as suposições que circundam a cidade megalomaníaca, o Visit Dubai, Departamento de Economia e Turismo local, convidou seis jornalistas de diferentes cantos do País, e o único da lista da capital foi o GPS|Brasília.

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O roteiro de quatro dias de viagem foi desenvolvido com uma programação intensa por todas as camadas que fazem parte de Dubai, incluindo uma estadia em dois hoteis com personalidades bem diferentes, o Vida Dubai Mall, na área mais moderna, e o Arabian Boutique Hotel, localizado na região conhecida como Old Dubai.
Museus, observatórios, shopping, centro cultural, aquário, beach club, deserto, souk e restaurantes estrelados foram alguns dos pontos visitados. Para não deixar nenhuma atração ou passeio fora desse diário de viagem, iremos rememorar o itinerário por dia. Confira:
Primeiro dia
O início oficial da viagem foi às 8h30, no At the Top, deck de observação do Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo. Para chegar ao local, saímos do Vida Dubai Mall e andamos poucos metros até o Dubai Mall, onde há uma entrada para subir no alto do prédio.

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A partir dos andares 124 e 125, o visitante tem uma visão panorâmica de Dubai. O melhor horário para fazer o passeio é por volta das 8h, já que há grandes chances de filas enormes se formaram ao longo do dia na entrada, além do fato de que a temperatura tende a ser mais amena no começo da manhã.
O ingresso para os andares 124 e 125º andares custa a partir de $44 USD. Para chegar até o 148º andar, onde fica o At the Top Sky, o mirante mais alto do mundo, o preço é mais elevado, a partir de $168,93.
Em seguida, o destino foi o Art Museum Dubai, um espaço de arte digital imersiva localizado também dentro do shopping, que combina natureza e arte por meio de projeções em grande escala, som e aromas. Criado pela empresa coreana d’strict, ele oferece uma experiência multissensorial.
Os bilhetes custam a partir de 121 reais para crianças de até 17 anos, e 229 reais para adultos. Há também opções VIP e bilhetes combinados com outras atrações.
O Dubai Aquarium & Underwater Zoo foi a próxima parada. Ainda dentro do Dubai Mall, o local abriga um dos maiores aquários suspensos do mundo. Exibe milhares de animais marinhos, incluindo tubarões, raias e o maior crocodilo do mundo, e oferece experiências imersivas como mergulho em gaiola e passeios em barco com fundo de vidro.

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Para o aquário, os preços de entrada variam de acordo com o tipo de bilhete e do que você deseja incluir. Um ingresso básico para o aquário e zoológico subaquático custa a partir de $55. Há também opções de bilhetes combo com outras atrações.
Depois do almoço e de um momento para bater perna pelo shopping, fomos desbravar o Alserkal Avenue, o principal polo de arte e cultura de Dubai, localizado no bairro Al Quoz. Galerias de arte contemporânea, estúdios criativos, espaços para apresentações e cafés independentes estão espalhados por lá.
O melhor horário para visitar o Alserkal Avenue é por volta de 16h30, já que o local é aberto e o sol não está tão forte.
Para finalizar o dia, o jantar foi no premiado 11 Woodfire. O restaurante reconhecido pelo Guia Michelin é comandado pelo chef Akmal Anuar. Localizado em uma charmosa vila na Jumeirah Beach Road, a casa oferece uma experiência gastronômica sofisticada com sabores globais preparados no fogo.
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Para degustar de tudo um pouco, o chef preparou uma seleção especial de pratos. Os temperos e sabores únicos estavam presentes em todos os itens saboreados, como o salmon carpaccio, o beef tartare, o bone marrow e o wagyu skewers, além dos mocktails — drinks sem álcool.
Segundo dia
Após o café da manhã, o dia começou às 10h, no Museu Al Shindagha, localizado às margens do Dubai Creek. O local é um centro cultural que preserva a história e as tradições dos Emirados.
Com exposições interativas, o museu conta a evolução de Dubai, desde suas raízes beduínas até sua modernização. É um destino essencial para quem deseja conhecer a herança da cidade e sentir os aromas que fazem parte da cultural local e que estão espalhados por todos os espaços da cidade. O preço de entrada para o Museu Al Shindagha varia entre 395 e 869 reais.
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O almoço não foi em um restaurante convencional, mas sim no Sheikh Mohammed Centre for Cultural Understanding (SMCCU), local que promove a troca cultural entre visitantes e locais, oferecendo palestras, tours históricos e refeições tradicionais.
Localizado no bairro de Al Fahidi, o SMCCU permite uma imersão autêntica nos costumes, tradições e na hospitalidade dos Emirados, incentivando o diálogo aberto sobre a cultura árabe com os locais. As comidas tradicionais são oferecidas a todos os convidados. Toda a experiência, incluindo o almoço cultural, sai por cerca de 126 reais.
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Na parte da tarde, fomos a um dos passeios mais esperados da viagem, pela Old Dubai, onde ficam os famosos souks. Para chegar lá, a opção mais barata, rápida e imersiva é por meio de barquinhos que ficam na marina. A passagem custa cerca de 2 reais.
O bairro histórico de Al Fahidi, em Old Dubai, oferece um mergulho pelo passado, com sua arquitetura tradicional, torres de vento e centros culturais. Nos arredores, os animados souks — como o Souk do Ouro e o Souk das Especiarias — encantam com seus aromas, cores e produtos tradicionais. O comércio local, retratado em diversos filmes hollywoodianos, é realmente algo que realmente traduz a cultura dos Emirados.

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Depois de negociações com os vendedores, é possível sair de lá com compras diferenciadas, como especiarias, perfumes incomparáveis e até ouro — “Inshallá”.
O jantar do segundo dia foi no Global Village, um dos maiores parques culturais e de entretenimento ao ar livre da metrópole, responsável por reunir pavilhões de diversos países com gastronomia, artesanato, shows e atrações temáticas. Em um só lugar, é possível dar a volta ao mundo e, o mais importante, imergir em diferentes culturas.
Os bilhetes para a Global Village custam cerca de 40 reais por pessoa se adquiridos online para dias de semana, ou 47 reais para qualquer dia da semana. A entrada é gratuita para crianças menores de três anos, cidadãos seniores e pessoas com deficiência.
Por lá, além dos pavilhões impressionantes, há espetáculos com diferentes tipos de expressões artísticas e atividades para as crianças.
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Terceiro dia
As atividades começaram um pouco mais tarde nesse dia, às 11h. A primeira parada foi outro observatório de tirar o fôlego, o The View at The Palm. No 52º andar da The Palm Tower, na ilha Palm Jumeirah, a atração oferece vistas panorâmicas de 360 graus de Dubai, incluindo a famosa ilha artificial Palm, praias, marcos como o Burj Al Arab, um hotel de luxo 7 estrelas, e o Burj Khalifa. O local também inclui uma exposição interativa que mostra o desenvolvimento da ilha Palm.
Os ingressos estão disponíveis online, com opções para acesso rápido e pacotes que incluem refeições ou experiências na piscina infinity da Aura Sky Pool.
Bait Maryam foi o restaurante eleito para o terceiro almoço da viagem. A casa acolhedora e premiada é especializada na culinária caseira do Levante, com pratos tradicionais da Síria, Jordânia e Palestina.
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Fundado pela chef Salam Dakkak, o restaurante oferece uma experiência autêntica, com sabores afetivos e ambiente familiar. Entre os pratos mais pedidos está o Maryam fukhara, um quibe de almôndegas cozido com melaço de romã em uma panela de barro.
Dubai tem um clima propício para aqueles que desejam passar o dia na piscina ou curtindo o mar e o sol, por isso, os beach clubs atraem turistas e locais. O eleito para o nosso roteiro foi o Be Beach, conhecido por sua atmosfera elegante, pela música animada e pela vista privilegiada para a maior roda gigante do mundo.
O beach club oferece piscina, lounges exclusivos, gastronomia contemporânea e eventos com DJs renomados. Até o banheiro pode impressionar, já que estão disponíveis itens como escova de cabelo, algodão, demaquilante e até secador de cabelo da Dyson.
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No fim do dia, seguimos para o restaurante Li’ Brasil, que foi, sem dúvidas, um dos pontos altos da excursão. Localizada no luxuoso hotel Address Beach Resort, a casa combina sabores libaneses e brasileiros em uma fusão criativa. Com vista indescritível para o mar e a para Ain Dubai — roda gigante localizada na Ilha Bluewaters, o local oferece pratos vibrantes em um ambiente elegante e descontraído.
Ostras frescas, camarão, ceviches, pratos típicos dos Emirados e até pão de queijo e picanha fazem parte do menu. Para animar ainda mais o jantar ou os drinks no fim de tarde, um DJ comanda o som misturando ritmos brasileiros, árabes e internacionais.
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Quarto dia
O Museu do Futuro, uma das atrações mais inovadoras da cidade, deu início ao último dia da viagem. O local é um ícone arquitetônico dedicado à inovação e às tecnologias do futuro. Ele oferece exposições imersivas sobre inteligência artificial, espaço, biotecnologia, saúde, bem-estar e sustentabilidade.
Para os adultos, o preço do ingresso sai por 232,10 reais. Crianças de até três anos e idosos têm entradas gratuitas.

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O projeto do Museu do Futuro foi criado pelo Killa Design, e sua premiada arquitetura foi considerada uma das mais inovadoras do século. Para completar, o local foi incluído em uma lista das 14 maravilhas do mundo que estão revolucionando a arquitetura.
Após o almoço, chegou, então, o momento do aguardado passeio pelo deserto. Esse rolê merecia uma matéria separada, já que guarda diversas camadas e faz jus a sua fama.
Depois de uma hora de viagem de carro, chegamos ao acampamento fixados nas areias alaranjadas. Por lá, a empresa Platinum Heritage comanda a expedição. Todos recebem de presente uma garrafa de água e, para se sentirem como os locais que ali já residiram, são vestidos com ghutra e sheila, os panos amarrados na cabeça de homens e mulheres.
Em seguida, os visitantes sobem a bordo de Land Rovers vintage e seguem para as paradas, onde vivenciam uma experiência de falcoaria — arte de criar, treinar e cuidar de falcões — e um jantar gourmet que oferece até carne de camelo em um acampamento tradicional.
A ideia é realmente sentir-se como os emiratis que ali viviam séculos atrás. Além de passeios em camelos, uma artistas de Mehndi (também conhecido como Henna) está à disposição para quem quiser fazer uma pintura típica no corpo.
Ao deixar o deserto com destino ao hotel, a alegria por ter mergulhado na experiência superou o cansaço. O que ficou foi a vontade de viver tudo novamente.
Depois de uma programação intensa não apenas pelos pontos turísticos de Dubai, mas também pela sua história, foi justamente a dualidade que provou a reputação da cidade. Afinal, ela não se acomoda, ela se reinventa. A mistura de culturas, hábitos, idiomas e histórias se encontram onde a inovação convive, lado a lado, com o respeito às raízes.
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