
Vereadora reeleita em 2024 foi acusada de usar carimbo furtado de médica para distribuir documentos em troca de apoio político em Antônio Cardoso, a aproximadamente 33 km de Feira de Santana. Parlamentar nega as acusações. Justiça cassa mandato da vereadora Cecília do Oleiro por compra de votos em Antônio Cardoso
Divulgacand
A vereadora Cecília Silva Conceição, conhecida como Cecília do Oleiro (PSDB), foi alvo de uma decisão judicial que determina a cassação do mandato dela na Câmara Municipal de Antônio Cardoso, cidade a 33 km de Feira de Santana. Ela foi condenada, em primeira instância, por compra de votos com uso de atestados médicos falsos nas eleições de 2024.
A decisão, assinada na segunda-feira (12) pela juíza Carísia Sancho Teixeira, da 143ª Zona Eleitoral de Santo Estêvão, também tornou Cecília inelegível por oito anos e determinou a anulação dos votos recebidos. A Câmara Municipal já foi notificada e o caso será encaminhado ao Ministério Público para investigação criminal. A parlamentar vai recorrer contra a sentença.
Natural do município de Antônio Cardoso, Cecília tem 48 anos e atua como técnica de enfermagem no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela declarou ter ensino superior completo, ser divorciada e possuir um patrimônio de R$ 70 mil.
Cecília foi eleita vereadora pela primeira vez em 2016 e reeleita em 2024 pelo PSDB, com 488 votos, sendo uma das duas mulheres entre os nove parlamentares eleitos no município.
O que diz a Justiça
A vereadora foi condenada por abuso de poder político e captação ilícita de sufrágio (compra de votos) nas eleições municipais de 2024, quando foi reeleita.
De acordo com a Justiça Eleitoral, Cecília teria utilizado carimbos médicos furtados da médica Ana Flávia Castro, em papel timbrado da Prefeitura de Antônio Cardoso, para emitir atestados falsos. A acusação aponta que os documentos eram entregues sem consulta médica, diretamente na residência da vereadora, acompanhados de pedidos de voto.
As investigações apontaram que os atestados eram entregues diretamente na casa da vereadora, sem que houvesse qualquer consulta médica, e acompanhados de pedidos de apoio político. Mensagens trocadas por WhatsApp, os próprios documentos falsificados e depoimentos de testemunhas foram considerados como provas da irregularidade.
Além da perda imediata do mandato, Cecília foi condenada ao pagamento de multa e os votos foram considerados nulos. Se esgotadas as chances de recurso em todas as instâncias, o quociente eleitoral será recalculado para que outro candidato ocupe a cadeira na Casa Legislativa.
A sentença também determinou o envio do caso ao Ministério Público, que deverá apurar possíveis crimes penais e atos de improbidade administrativa.
A defesa da vereadora negou as alegações feitas pela juíza, além de que vai recorrer da decisão e provar a sua inocência. [Veja a nota completa]
“No final da tarde do dia 12 de maio de 2025, fomos surpreendidos com a decisão de lavra da respeitosa Juíza da Zona Eleitoral de Santo Estêvão contra a vereadora Cecilia Silva Conceição, também conhecida como Cecilia do Oleiro, que determinou a cassação de seu diploma de vereadora e outras consequências.
A vereadora Cecilia é uma mulher digna, respeitosa, mãe solo e atípica, responsável e cumpridora das leis. Ela nega com veemência as acusações que lhe são imputadas.
Assim como o presidente Lula comprovou sua inocência, ela espera, em grau de recurso, demonstrar aos Membros do TRE/BA que nunca falsificou atestado médico e que nunca entregou ou prometeu entregar qualquer atestado médico em troca de votos para si ou para terceiros.
Ao final restará provado sua inocência. Toda a trama contra ela, que induziu a Juíza Eleitoral e a representante do Ministério Público Eleitoral a erro, será descoberta e revelada à sociedade, e os responsáveis punidos na forma da lei”.
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