
A personalização dos tratamentos estéticos desponta como uma das principais tendências da indústria da beleza. Impulsionada por novas tecnologias e pela possibilidade de combinar diferentes métodos de cuidado com a pele em um único equipamento, a individualização das terapias representa um avanço significativo na forma como o setor se relaciona com o bem-estar e os resultados esperados pelos pacientes.
Referência global em skincare, a Coreia do Sul segue influenciando práticas e inovações adotadas em clínicas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Em uma recente visita ao país, tive contato com soluções que ilustram a revolução em curso: tratamentos desenvolvidos sob medida, com resultados potencializados, que exigem menos sessões e oferecem tempo de recuperação reduzido — em alguns casos, até mesmo inexistente.
Essa nova abordagem está diretamente ligada à associação de diferentes tecnologias em um único protocolo, prática que potencializa os resultados de terapias isoladas. Além de otimizar as ações, ela diminui os efeitos colaterais e acelera a recuperação do paciente. Um dos destaques é o gerenciamento mais preciso do envelhecimento da pele, com tecnologias que reduzem rugas e linhas de expressão a partir do uso de lasers com diferentes comprimentos de onda, capazes de atuar de forma mais estratégica do que os modelos tradicionais. Protocolos combinados com bioestimuladores e substâncias regenerativas também vêm ganhando espaço, promovendo resultados mais duradouros e menos agressivos à pele.
A busca por procedimentos que proporcionem rejuvenescimento sem abrir mão da naturalidade também ganha força. “Menos é mais” é uma máxima também para a nova estética, com foco em intervenções que respeitam a anatomia do paciente e promovem resultados sutis, porém eficazes. Trata-se de uma mudança de paradigma: mais do que transformar, os tratamentos agora buscam realçar a beleza individual com equilíbrio e sofisticação.
A inteligência artificial já faz parte desse processo. Ferramentas com análise tridimensional da pele e algoritmos de diagnóstico vêm aprimorando a capacidade dos profissionais em propor planos de tratamento mais precisos e individualizados. A IA atua como um suporte qualificado ao olhar clínico, contribuindo para maior exatidão e padronização sem substituir a sensibilidade humana.
As inovações para tratamentos do corpo também avançam rapidamente. Novos equipamentos têm se mostrado mais potentes, seguros e confortáveis, promovendo a redução de gordura localizada de maneira eficaz e minimamente invasiva. Em alguns casos, os aparelhos associam tecnologias injetáveis, com fontes de calor controlado — como o aquecimento diagonal — para combater a flacidez, melhorar a firmeza da pele e tratar celulite. O resultado é a substituição, em certas situações, de procedimentos cirúrgicos por alternativas não invasivas.
Esse movimento acompanha a forte expansão do setor. Globalmente, o mercado de medicina estética foi avaliado em aproximadamente US$ 22,65 bilhões em 2024 (cerca de R$ 139 bilhões) e deve crescer a uma taxa média de 7% ao ano até 2029, de acordo com relatório do Congresses on Dermatology and Aesthetic & Plastic Surgery – IMCAS, impulsionado principalmente pela expansão do mercado consumidor, com destaque para os indivíduos da geração Y. Os procedimentos baseados em energia, como laser e ultrassom, representam cerca de um terço do segmento e seguem em crescimento, com expansão estimada de 5% ao ano. O Brasil ocupa atualmente a quarta posição neste ranking global, com previsão de alcançar a terceira colocação até 2028.
Nesse cenário de crescimento acelerado e tecnologias cada vez mais sofisticadas, destaca-se a necessidade de qualificação profissional. A formação contínua dos especialistas é essencial para garantir não apenas a eficácia dos tratamentos, mas, sobretudo, a segurança dos pacientes. Empresas do setor têm investido em capacitação e atualização técnica como parte estratégica da evolução da estética no Brasil.
O mercado caminha, portanto, para uma nova era: mais personalizada, tecnológica, eficiente e segura. Uma estética que respeita as particularidades de cada indivíduo e coloca a ciência a serviço do bem-estar — com menos intervenções, mais resultados e uma experiência cada vez mais humanizada.
*Coluna escrita por Thalita Hereck, clinical menager e assessora científica no Grupo MedSystems. É biomédica, mestre e especialista em Laser. A profissional possui ampla experiência e conhecimento em Tecnologias Médicas – Dermatologia e Estética – Laser, Ultrassom e Radiofrequência
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O post Opinião: “O futuro da beleza é personalizado e tecnológico” apareceu primeiro em BM&C NEWS.