
Em um ano marcado por juros elevados em economias centrais, tensões geopolíticas e mudanças nos fluxos de capitais globais, o real brasileiro tem se destacado no mercado internacional. Segundo o ranking da Austin Rating, até o dia 13 de maio de 2025, a moeda brasileira acumula valorização de 10,06% frente ao dólar, ocupando a 4ª posição entre as moedas que mais se valorizaram no mundo no acumulado do ano.
O resultado posiciona o Brasil à frente de países como Colômbia, México, Chile, Canadá e Índia, e mostra a força relativa do real mesmo em um ambiente de incerteza doméstica. À frente do real, no ranking, aparecem apenas o rublo russo, o cedi ganês e a coroa sueca — moedas que enfrentaram grandes oscilações nos anos anteriores e que agora colhem efeitos de ajustes locais ou fatores pontuais.
Juros altos continuam sendo trunfo do Brasil
Uma das principais explicações para a valorização do real é a manutenção de um dos maiores juros reais do mundo. Mesmo com o ciclo de cortes iniciado em 2023, a taxa Selic ainda se mantém elevada o suficiente para atrair investidores estrangeiros interessados em operações de carry trade, especialmente em um momento em que o Federal Reserve e o Banco Central Europeu sinalizam cautela no corte de juros.
Fluxo estrangeiro e exportações fortalecem o câmbio
Outro fator que contribui para a valorização do real é o fluxo de capital estrangeiro direcionado para a Bolsa brasileira, que tem registrado sucessivos recordes. A atratividade de ações ligadas a commodities e o movimento de rotação de portfólios globais, com realocação para emergentes, também fortalecem o câmbio.
Do lado do setor externo, o país segue registrando superávit comercial robusto, impulsionado por exportações de grãos, minério de ferro e petróleo. Apesar das oscilações nos preços das commodities, a balança comercial tem sido um suporte importante para o real.
Riscos fiscais limitam espaço para valorização adicional
Apesar da performance positiva até o momento, economistas alertam que a trajetória futura do real dependerá da evolução do cenário fiscal e político. O aumento da desconfiança com as metas fiscais de 2025 e os questionamentos sobre o novo arcabouço fiscal já provocaram revisões nas projeções de câmbio para o segundo semestre.
Além disso, a percepção de risco institucional e a instabilidade na relação entre Executivo e Judiciário elevam a volatilidade do mercado e limitam a sustentação do real em patamares mais altos.
Leia mais notícias e análises clicando aqui
Conheça nosso canal no YouTube
O post Real brasileiro é a 4ª moeda com melhor valorização anual, segundo Austin Rating apareceu primeiro em BM&C NEWS.