
Um grupo criminoso que causou prejuízo superior a R$ 400 mil em golpes de falsos consórcios imobiliários é investigado pela Polícia Civil. Uma das vítimas da quadrilha perdeu R$ 60 mil e disse que viu o sonho da casa próprio ser destruído ao descobrir que havia sido enganada.
O líder da quadrilha no Espírito Santo, identificado como Antony de Oliveira Braz Amorim, de 28 anos, foi preso durante a deflagração da Operação Consórcio Falido.
Os criminosos agiam em uma sala corporativa na Enseada do Suá, em Vitória. A investigação iniciou em março, após uma vítima procurar a polícia por perder R$ 60 mil no golpe praticado pelo grupo.
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Em entrevista para a TV Vitória, a vítima que perdeu R$ 60 mil disse que vendeu o aparamento que morava para comprar outro à vista.
Ele falou para eu pegar o dinheiro para completar os R$ 60 mil. Liguei para ele a madrugada inteira pedindo meu dinheiro de volta. Vendi o meu apartamento para comprar outro mais em conta. Agora estou frustrada. Um sonho destruído. Queria ver se fosse com a mãe dele, se ele ia aguentar se fizessem isso com a mãe dele, desabafou ela, que preferiu não se identificar.
Outra vítima que viu o sonho da casa própria ficar mais distante foi Priscila Rosa, que perdeu R$ 25 mil no golpe. O valor foi solicitado pelo grupo criminoso com a desculpa que seria a antecipação da contemplação.
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Líder da organização se passava de correspondente da Caixa Econômica Federal
De acordo com a Polícia Civil, o líder do grupo criminoso, Antony de Oliveira Braz Amorim, usava vários recursos para passar credibilidade a fim de enganar as vítimas, como explica o titular do 3º Distrito Policial de Vitória, delegado Diego Bermond.
“Ele se utilizava de um endereço nobre na Capital em um escritório muito bem localizado, usava terno, gravata e crachá e se valia de correspondente da Caixa Econômica Federal, com maquininha e panfletos, o que fazia com que as vítimas fossem enganadas”, explicou.
Os objetos apreendidos foram encontrados na casa do suspeito, no bairro Vale Encantado, em Vila Velha. Os demais integrantes, segundo a polícia, agiam de forma passiva e estão passando por investigação.
Além de Antony, a esposa dele Géssica Bermudes Sopeletto, 28 anos, foi indiciada junto com Hudson Batista de Souza Graúna, 39, e Wender Vitor Pereira Gonzaga, 24.
Bloqueio de contas
Além da prisão preventiva, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, e a Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias dos investigados. Durante a operação, foram apreendidos vários relógios, celulares, documentos, uma pistola 9mm, oito carregadores, 314 munições, além de pistolas e rifles de airsoft.
Segundo a investigação, o grupo usava a internet para atrair as vítimas em plataformas de anúncios, usando fotos de imóveis reais. A promessa era de contemplação imediata, o que chamava atenção de várias vítimas.
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