
Os Estados Unidos e a China firmaram uma trégua tarifária de 90 dias, reduzindo temporariamente as tarifas impostas nas trocas comerciais entre os dois países. A medida foi interpretada por analistas como uma tentativa de aliviar tensões em meio à crescente rivalidade econômica e geopolítica. Para o economista Igor Lucena, a decisão representa “um passo importante”, motivado principalmente por sinais de enfraquecimento da economia americana.
“O que chamou atenção foi a velocidade com que essa trégua aconteceu. Esperava-se um processo mais longo, mas os números negativos nos Estados Unidos forçaram uma reação mais rápida do governo Trump”, afirmou Lucena em entrevista à BM&C News.
Preocupação com PIB e inflação nos Estados Unidos acelerou o acordo
De acordo com o economista, a queda no PIB americano e a alta de preços em itens básicos, como alimentos e medicamentos, pressionaram a Casa Branca a suavizar o embate comercial com Pequim. “Trump não quis pagar para ver uma crise de desabastecimento. A trégua veio antes do esperado, com tarifas de 30% de um lado e 10% do outro sendo suspensas por 90 dias”, explicou.
Trégua faz parte de uma ofensiva diplomática mais ampla dos Estados Unidos
Além da reaproximação com a China, Lucena destacou que Trump vem promovendo avanços em outros fronts geopolíticos, como as tensões entre Índia e Paquistão, a questão nuclear iraniana e até articulações para uma reunião inédita entre líderes europeus, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
“Do ponto de vista diplomático, essa pode ter sido a semana mais produtiva de Trump desde o início do mandato”, comentou.
Setor farmacêutico está no centro da pressão popular
Segundo Lucena, um dos fatores mais sensíveis à inflação nos EUA tem sido o preço dos medicamentos. Ele critica o papel das empresas intermediárias que atuam entre laboratórios, planos de saúde e farmácias, e destaca que Trump está estudando impor limites tributários e preços máximos para remédios, com o objetivo de alinhar os preços ao padrão europeu.
“A ideia é romper com esse modelo de arbitragem que encarece o acesso aos medicamentos. Alguns remédios custam menos no Brasil do que nos Estados Unidos. Isso virou um tema eleitoral e social”, pontuou.
Mudança de rota na estratégia econômica
Para o economista, a trégua tarifária é um sinal claro de inflexão na política econômica do governo americano. “Trump está fazendo um cavalo de pau na estratégia econômica. Não resolve todos os problemas, mas é um movimento importante de reconciliação com o comércio global”, concluiu.
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