Focus: inflação recua, mas analistas já descartam corte de juros em 2025

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central mostrou nova revisão para baixo nas expectativas de inflação para 2025. A mediana das projeções para o IPCA recuou de 5,53% para 5,51%, marcando a quarta queda consecutiva. Já a taxa Selic foi mantida em 14,75%, com estabilidade nas expectativas para os anos seguintes.

Apesar da queda na projeção para o IPCA em 2025, as estimativas seguem acima do centro da meta de inflação, que é de 3%, evidenciando a persistência de pressões inflacionárias no cenário doméstico.

Principais destaques do Focus:

  • Inflação (IPCA) 2025: caiu de 5,53% para 5,51%
  • Inflação 2026: estável em 4,50%
  • Selic 2025: mantida em 14,75%
  • Câmbio 2025: leve queda de R$ 5,86 para R$ 5,85
  • PIB 2025: mantido em 2,00%
  • Dívida líquida do setor público 2025: estável em 65,80% do PIB
  • Resultado primário 2025: mantido em -0,60% do PIB
  • Conta corrente 2025: déficit estimado em US$ 56 bilhões

No curto prazo, a expectativa para a inflação de maio subiu levemente, passando de 0,37% para 0,38%, enquanto a projeção para os próximos 12 meses suavizados caiu de 4,97% para 4,95%.

Estabilidade fiscal ainda preocupa

O Focus também indica que o mercado segue atento às contas públicas: o déficit nominal esperado para 2025 está em 9,00% do PIB, refletindo o ceticismo em relação ao cumprimento das metas fiscais. Para 2026, o resultado nominal projetado é de 8,51%.

Inflação e Selic no foco do mercado

Na avaliação do economista Maykon Douglas, o mercado vem ajustando suas projeções à medida que o cenário externo colabora para um comportamento mais benigno da inflação no Brasil. “Estamos observando uma precificação mais clara de um dólar estruturalmente mais fraco, o que tende a aliviar as pressões inflacionárias, especialmente em itens mais sensíveis ao câmbio, como os bens industriais”, aponta. Esse movimento, segundo ele, reforça a leitura do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o balanço de riscos está mais equilibrado, fator que contribuiu para a manutenção da Selic na reunião mais recente.

Apesar disso, Maykon pondera que ainda há defasagens importantes a serem observadas. “A pressão cambial observada no final de 2024 ainda se reflete nos índices de preços, e os efeitos da recente valorização do real devem demorar algumas leituras para aparecerem de forma consistente”, explica. Além disso, ele destaca que a inflação subjacente segue resistente, sem sinais claros de desaceleração no curto prazo. Diante desse cenário, o economista revisou sua projeção para a política monetária.

Acredito que o Copom manterá a taxa Selic em 14,75% até o final de 2025. As próximas comunicações do Banco Central serão cruciais para calibrar as apostas do mercado e testar o grau de convicção da autoridade monetária em relação à ancoragem das expectativas”, conclui.

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