
A carateca Leidiane Cassimiro, de 28 anos, se tornou mãe do pequeno Dominic em setembro de 2022. No ano seguinte, a atleta teve o melhor desempenho de sua carreira, tendo terminado em 1º lugar no ranking do Espírito Santo e em 3º no ranking nacional.
Natural de Itapipoca, no Ceará, Leidiane se mudou para o Espírito Santo em 2019, onde encontrou mais apoio e patrocínio. Ela foi campeã estadual por duas vezes e conquistou bolsa estadual para praticar o esporte.
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Leidiane chegou a competir grávida em 2022, apenas na categoria Kata, que não possui oponente. Em 2023, com o filho na torcida, ela voltou às competições nacionais e conquistou o terceiro lugar na fase final do Campeonato Brasileiro.
O ano rendeu até título em etapa nacional. Ela foi campeã brasileira da fase classificatória em Goiânia, na categoria de Kumite até 55 quilos, uma das mais disputadas do Brasil. O título veio em junho, quando Dominic estava com oito meses.

O desempenho garantiu a 3ª posição no ranking nacional na categoria. A atleta não escondeu a surpresa com o resultado, no ano em que voltava a competir e ainda dividia as responsabilidades do esporte com a maternidade.
A intenção era treinar só para competições estaduais. Apesar das dificuldades, consegui ficar em terceiro lugar nacional. No ano que pensava que ia ser mais difícil, eu tive os melhores resultados
“Maternidade me deu muita força”
Segundo Leidiane, foi justamente o fato de ter se tornado mãe que contribuiu para o melhor ano da carreira. A gravidez veio por acaso, mas atualmente a atleta avalia que precisava do filho, mesmo sem saber naquela época.
Não à toa, os dois estão sempre juntos. O filho acompanha a mãe nos treinos e nas aulas de karatê que ela ministra. Leidiane é professora de karatê desde 2023, ano em que deixou de trabalhar como técnica de enfermagem para focar no esporte. Antes, ela fazia plantões de 12 horas e ainda arrumava tempo para treinar.
Queria incentivar as pessoas. Mostrar que dá para fazer o que a gente quiser

Segundo ela, a mudança para o Espírito Santo fez diferença, graças ao apoio de academias e o incentivo ao esporte. Ainda assim, a rotina incluía venda de rifas e brigadeiros para completar a renda. Ela ganha bolsa estadual desde o ano passado, o que permitiu comprar equipamentos próprios pela primeira vez.
Precisava muito do Dominic na minha vida. Antigamente, queria desistir por qualquer motivo, mas ter um filho olhando para a gente incentiva. Meu filho me deu muita força e me ensinou muito.
Dominic comparece inclusive nas competições que a mãe participa. Nem sempre é possível levá-lo, mas quando tem alguém que possa cuidar do menino durante as lutas, ela o leva.
“Já aconteceu até de eu escutar choro dele na arquibancada durante a luta e fiquei pensando: ‘calma, tenho que me concentrar’”, brinca.
Quando não consigo levá-lo, parece que falta um pedaço de mim.
Dominic tem veia carateca
Crescendo no meio do esporte e filho de carateca, o menino já demonstra interesse no esporte. Atualmente, com 2 anos e oito meses, ele já aprendeu a contar em japonês e a fazer movimentos do karatê.
Dominic veste o kimono e está sempre envolvido nas atividades da mãe, desde as aulas até os treinos. A mãe do menino, claro, dá atenção especial ao aprendiz.
“Ele já tem algumas habilidades. Veio melhor de fábrica que a mãe dele”, brinca.
Sobre o desejo de Dominic de ser carateca no futuro, Leidiane diz que ainda é muito cedo para dizer. Mas ao perguntar ao filho “Quer ser carateca igual à mamãe?”, ele não pensa duas vezes e diz: “Sim!”