Na Feira da Reforma Agrária, MST promove debate sobre o fim da escala 6×1 e taxação de super-ricos

Dentro da programação da 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, ocorreu um seminário, neste sábado (10), para debater o Plebiscito Popular 2025, que terá como objetivo debater a redução da jornada de trabalho sem redução salarial e a reforma do sistema tributário.

O plebiscito foi lançado em abril deste ano e a campanha deve percorrer o país até setembro, quando o projeto de lei que pede o fim da escala 6×1 será votado no Congresso Nacional.

A socióloga Ezequiela Scapini participou do seminário e falou sobre a pauta. “A redução da jornada de trabalho começa no final do século 20, mas ela estava um pouco apagada, porque nos preocupávamos mais com questões de renda. Da década de 1990 para cá, ainda que não tenha mexido na Constituição Federal, ainda que não tenha aumentado ou reduzido as 44 horas semanais de trabalho, houve medidas que precarizaram a vida dos trabalhadores, principalmente a Reforma Trabalhista de 2017. O setor de serviços é quem mais explora essa jornada de 6×1.”

O projeto, que tem previsão de entrar na agenda da Câmara dos Deputados entre os dias 1 e 7 de setembro, ganhou força na última eleição com a campanha Vida Além do Trabalho (VAT), encabeçada pelo vereador Rick Azevedo (Psol), do Rio de Janeiro (RJ).

“Essa pauta pegou a esquerda mais organizada e a academia de surpresa, porque era um debate que não estava muito presente na agenda pública. Essa é uma pauta do mundo do trabalho muito associada aos jovens, que normalmente estão mais atuantes em pautas ligadas à cultura e educação. O Rick Azevedo é muito jovem e essa juventude abraçou essa pauta porque estão muito expostos às contradições dessa jornada de trabalho”, finalizou Scapini.

Presidente do Instituto Justiça Fiscal (IJF), Clair Hickmann também esteve no seminário e falou sobre a reforma tributária, capitaneada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, que também já tramita no Congresso Nacional.

Hickmann ressaltou que o trabalho de conscientização passa por convencer os brasileiros sobre a aprovação da isenção do Imposto de Renda, mas também da taxação dos super ricos.

“A redução e a isenção do imposto de renda vai beneficiar 25 milhões de trabalhadores brasileiros e apenas 141 mil pessoas serão taxadas”, iniciou Hickmann. “Tem que passar as duas, porque esse montante da taxação dos super ricos é o que pagará o que os trabalhadores deixarão de pagar. É um passo importante e temos que elogiar a iniciativa do governo”, finalizou.

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