
O período de adaptação após o parto pode gerar um misto de sentimentos para as mulheres, unindo a fragilidade emocional a uma mudança radical na rotina e o ajuste às novas funções.
É neste momento em que a alegria e euforia de dar “olá” ao novo integrante da família pode, em alguns casos, dar lugar a um sentimento de profunda tristeza, e acarretar um quadro de depressão pós-parto (DPP).
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O que é a depressão pós-parto
A depressão pós-parto é um distúrbio mental que atingem mulheres que deram à luz e pode ser identificada na primeira semana ou meses após o nascimento do bebê.
Segundo o psiquiatra e professor do Unesc, André de Oliveira Lourenço, a DDP é intensa e duradoura, podendo ter diversas causas:
Sua causa é multifatorial, envolvendo alterações hormonais intensas, vulnerabilidade emocional, falta de suporte social e, muitas vezes, histórico pessoal ou familiar de transtornos psiquiátricos.
Estudos associados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que 26,4% das mães do país apresentam sintomas de depressão pós-parto.
Sintomas da depressão pós-parto
Os sintomas apresentados podem variar. De acordo com o psiquiatra, os mais comuns são:
- Tristeza persistente;
- Irritabilidade ou raiva;
- Cansaço extremo;
- Dificuldade de concentração;
- Sensação de inadequação como mãe;
- Falta de interesse pelo bebê ou pela maternidade.
“Em casos mais graves, pode haver pensamentos de autoagressão ou de machucar o bebê, o que exige intervenção imediata”, ressalta o profissional.
Impactos para o bebê
A DPP pode impactar diretamente a relação entre mãe e filho, que ainda está sendo construída durante os primeiros meses de vida da criança.
Além disso, segundo o psiquiatra, a depressão também afeta significativamente o desenvolvimento do bebê.
“Ela pode influenciar no desenvolvimento cognitivo, linguístico e emocional da criança e aumentar o risco de alterações comportamentais e transtornos psiquiátricos futuros para ambos. Podendo, ainda, levar a comprometimento geral da saúde física do bebê”, explicou.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito clinicamente, por um psicólogo ou médico, profissionais capazes de identificar os sinais.
Já o tratamento pode variar, envolvendo psicoterapia e medicação antidepressiva apropriada. Além disso, o psiquiatra ressaltou a importância do suporte familiar para recuperação da mãe.
A depressão pós-parto pode tornar a experiência com a maternidade ainda mais complicada para as mães e, de acordo com o psiquiatra, precisa ser tratada com a mesma seriedade que as doenças físicas.
“A maternidade é uma experiência que transforma a vida da mulher, é muito desafiadora. Por isso, falar sobre saúde mental é tão importante e um passo fundamental para que nenhuma mãe enfrente esse momento sozinha, sem amparo médico e familiar”.