Servidores técnicos das universidades e institutos federais aprovam paralisações por acordo descumprido

Servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa) e Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Ifrs), organizados pela Associação dos Servidores da Ufrgs (Assufrgs Sindicato), aprovaram a realização de paralisações nos dias 12, 21 e 22 de maio. A decisão ocorreu em assembleia geral realizada na última segunda-feira (6) e é parte do calendário nacional de lutas da categoria, que cobra do governo federal o cumprimento integral do Acordo de Greve firmado em 2024.

A assembleia ocorreu no auditório da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Ufrgs (Fabico) e reuniu dezenas de trabalhadores. Durante o debate, foi denunciado que o único ponto implementado até agora foi o reajuste salarial de 9%, já considerado insuficiente frente à inflação.

A coordenadora da Assufrgs, Maristela Piedade, destacou a frustração da categoria com a morosidade nas ações do governo. “A recomposição salarial que seria disponibilizada no contracheque de janeiro veio apenas em abril. É verdade que veio retroativo, mas também defasado. Foi acordado que as mesas de negociação se esgotariam em 180 dias, mas o prazo foi prorrogado até 31 de maio e ainda não temos expectativas sobre a implementação das 30 horas para todos e todas, nem sobre o reposicionamento de aposentados”, afirmou.

Maristela também ressaltou o apoio de parte das administrações universitárias à luta da categoria. “Que bom que grande parte dos reitores e reitoras das Instituições Federais de Ensino, incluindo a reitora Márcia Barbosa, se posicionaram a favor dos técnicos na implementação das regras de transição da progressão por capacitação. Mas vamos lutar para que nosso acordo de greve assinado em junho de 2024 seja cumprido na íntegra”, acrescentou.

Segundo a dirigente, é fundamental que o governo federal volte sua atenção à pauta dos servidores. “Esperamos que o governo Lula volte o seu olhar aos servidores e servidoras técnico-administrativos em educação, que ajudam a fazer educação nesse país e a transformar a nossa sociedade. É isso que nós esperamos do governo, que nós também ajudamos a eleger”, completou.

Entre os itens ainda pendentes estão a redução do tempo para capacitação por mérito, a implementação do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), a jornada de 30 horas sem redução de salário, a transição para aceleração por capacitação e o reposicionamento de aposentados.

Além das paralisações, foi aprovada a criação de uma Comissão de Mobilização, com o objetivo de convocar os colegas e organizar as próximas ações. Também foi aprovada uma caravana a Brasília nos dias 21 e 22 de maio.

Entre os eventos previstos para os dois dias de paralisação, estão a realização de um ato de rua e um seminário sobre carreira, que devem fortalecer o debate público sobre as demandas da categoria.

A próxima data de paralisação, 12 de maio, coincide com uma nova rodada de negociações entre a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e o Ministério da Educação. A expectativa é de que o governo apresente respostas concretas às reivindicações. Caso contrário, o movimento promete intensificar as mobilizações.

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