O maior desafio para um projeto agroecológico em comum entre camponesas e camponeses de todo o mundo é entender que “agroecologia vai além da produção de alimentos e produtos, é também o debate de causas e lutas sociais”, segundo Fernando Schalm. O integrante da Escola Latino Americana de Agroecologia, localizada no Paraná, faz parte do movimento de lutas da Via Campesina.
A escola recebe educandos, camponeses e militantes de diversos países em que o movimento internacional está inserido. Schalm foi um dos participantes do seminário O papel das escolas e centros de agroecologia na construção da reforma agrária popular, que aconteceu na quinta-feira (8), durante a 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária do MST em SP.
Ele diz que é justamente no processo brasileiro de luta “pela reforma agrária que a agroecologia está [inserida] e, por isso, também a escola aborda outras discussões que o Movimento Sem Terra apoia”, como os movimentos LGBTQIA+ e por uma Palestina livre.
“Dentro da discussão da agroecologia e reforma agrária aqui no Brasil, está também o debate comunitário, pautado constantemente. Mas em outros movimentos internacionais, isso, muitas vezes, não é visto da mesma forma.”
“Algumas escolas [de outros países] veem a agroecologia como algo só ligado à produção. O debate, o ensino, o conhecimento, fica muito limitado a produção sem uso de venenos, agrotóxicos.”
Fernando Schalm destaca que “agroecologia não é só produção, mas todos esses debates e alianças que promovemos enquanto Movimento Sem Terra. Nós tentamos dialogar e construir isso também com os educandos que estão aprendendo na nossa escola – que uma luta agroecológica vai muito além da manufatura em si.”
Ele ressalta que existe cooperação mútua entre países para a elaboração de uma agrofloresta mais saudável para a terra e para os que consomem os alimentos, “mas nós, enquanto Escola Latina, temos a missão de mostrar que é muito mais do que isso”.
A Escola Latino Americana está presente na 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que acontece no Parque da Água Branca, Zona Oeste de São Paulo entre os dias 8 e 11 de maio, com entrada grátis.
