
Você já parou para pensar como são produzidos os vapes descartáveis que milhões de pessoas usam diariamente? Um vídeo recente, divulgado pela empresa MACHINA, revelou detalhes surpreendentes — e um tanto preocupantes — sobre o processo de fabricação em uma das maiores fábricas de cigarros eletrônicos da China. Localizada em Shenzhen, a fábrica atende à alta demanda global por esses dispositivos, mas alguns métodos chamaram a atenção não só pela eficiência, mas pelos riscos envolvidos.
A gravação mostra uma linha de produção acelerada, com centenas de funcionários montando peças e embalando produtos. Tudo parece seguir padrões industriais comuns, até que o vídeo chega à etapa de controle de qualidade. Nessa fase, os trabalhadores testam cada vape individualmente… dando uma tragada no dispositivo.
O objetivo é verificar se o vapor é produzido corretamente e se o sabor está adequado. O problema? Um único funcionário relatou testar entre 7.000 e 10.000 unidades por dia. Isso significa inalar milhares de vezes substâncias como nicotina, aromatizantes e outros compostos químicos — uma exposição que especialistas consideram alarmante para a saúde respiratória a longo prazo.
Nas redes sociais, as reações ao vídeo foram imediatas. Enquanto alguns brincaram dizendo que o testador seria “o primeiro beijo indireto de muita gente”, outros expressaram preocupação com as condições de trabalho. Um comentário destacou o ruído constante de máquinas no ambiente, algo que poderia afetar a saúde mental dos funcionários. Apesar da polêmica, a prática não é ilegal na China, onde o uso de vapes é permitido — embora proibido em transportes públicos.
O cenário contrasta com medidas recentes adotadas no Reino Unido, que proibirá a venda de vapes descartáveis a partir de julho de 2025. A decisão visa combater o impacto ambiental e o aumento do uso entre jovens. Enquanto isso, a discussão sobre os riscos à saúde ganha novos dados. Pesquisas associam o vaping a danos cardiovasculares comparáveis aos do cigarro tradicional. Um estudo citado pela Associação Americana do Coração alerta que as substâncias inaladas podem endurecer artérias e elevar a pressão arterial, mesmo em usuários ocasionais.
Outro ponto crítico é o efeito nos pulmões. A medicina já identificou uma condição chamada EVALI, ligada ao acetato de vitamina E — composto presente em alguns líquidos para vaping com THC. Quando inalado, ele pode desencadear inflamações graves e até insuficiência respiratória. E não para por aí: dentistas relatam casos de pacientes com dentes manchados de amarelo ou marrom devido à nicotina e ao alcatrão presentes nos vaporizadores. Um vídeo do dentista londrino Vikas Prinja mostrou como esses resíduos aderem ao esmalte dental, exigindo tratamentos profissionais para remoção.
Apesar dos apelos por regulamentações mais rígidas, a indústria segue em expansão, especialmente em países onde a legislação é menos clara. O vídeo da MACHINA, por exemplo, não menciona violações de leis trabalhistas, mas levanta questões éticas: até que ponto a saúde dos funcionários é priorizada em meio à produção em massa? Enquanto consumidores buscam alternativas ao cigarro, a realidade das fábricas sugere que o caminho para um vaping “seguro” ainda está longe de ser claro.
Para quem pensa em aderir aos vaporizadores, a dica de especialistas é simples: informe-se. Conhecer a origem do produto, os componentes do líquido e os possíveis efeitos colaterais pode fazer diferença. E, claro, lembre-se de que “livre de combustão” não significa “livre de riscos”. A próxima vez que você vir um vape descartável, talvez valha a pena pensar não só no sabor, mas também na jornada — e nos desafios — por trás daquela nuvem de vapor.
Esse Vídeo chocante mostram funcionário de fábrica testando ‘até 10 mil vapes por dia’ foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.