Investir fora do Brasil é estratégia, não fuga, diz CIO da Avenue

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A Avenue promoveu nesta terça-feira (6) um café da manhã para discutir o tema “Por que investir no exterior”. Durante o encontro, o CIO da Avenue, Daniel Haddad, destacou que investir fora do Brasil é uma estratégia de proteção patrimonial e diversificação, especialmente em um cenário global marcado por volatilidade, incertezas geopolíticas e riscos locais.

O evento destacou os principais fundamentos para a alocação internacional de recursos, em um momento de elevada incerteza global e volatilidade cambial.

Segundo Haddad, investir em economias sólidas como a dos Estados Unidos é uma estratégia de gestão de risco e preservação de poder de compra. Ele explicou que, diante de choques externos — como crises geopolíticas ou mudanças de direção na política monetária americana —, moedas de países emergentes como o real tendem a se desvalorizar rapidamente. “O dólar sempre será a válvula de escape”, disse.

Diversificar é prudência: investir no exterior não é desistir do Brasil

Haddad foi enfático ao afirmar que investir no exterior não é abandonar o país, mas sim criar um portfólio mais robusto e resiliente. O brasileiro já está exposto ao Brasil com a renda, aposentadoria, política, carga tributária. Colocar uma parte do patrimônio fora é balancear esse risco.

Durante a apresentação, ele exibiu o gráfico da dívida das famílias americanas, mostrando que elas estão pouco alavancadas, com baixa relação entre juros pagos e renda. Para o CIO, isso indica força no consumo e saúde financeira, algo que favorece o ambiente de negócios nos EUA.

“Tempo é mais importante que taxa”

Um dos pontos altos da palestra foi a análise do impacto do tempo no investimento. Haddad mostrou que, se um investidor tivesse aplicado US$ 10 mil no índice S&P 500 em 2000, teria cerca de US$ 70 mil no fim de 2024. Porém, se tivesse perdido apenas os 10 melhores dias do mercado nesse período, o retorno cairia para menos da metade.

A disciplina de permanecer investido supera qualquer tentativa de prever o mercado. É o tempo, onde tá o exponencial.”, afirmou.

Riscos globais e política americana no radar

O executivo também comentou sobre os possíveis desdobramentos do governo Trump, destacando três pilares que devem movimentar a economia americana: corte de impostos, redução de regulação e enxugamento do Estado. “Essas medidas reacendem o animal spirit do empreendedor e podem impulsionar a economia dos EUA novamente”, afirmou. Haddad alertou ainda para o aumento da percepção de risco em países como Turquia e Brasil, lembrando que Botsuana e Paraguai possuem notas de crédito em dólar superiores às brasileiras, segundo agências internacionais.

“Não existe alternativa ao dólar”

Encerrando a apresentação, o CIO da Avenue citou uma frase do economista Larry Summers

A Europa é um museu, o Japão é um asilo, a China é uma prisão e o Bitcoin é um experimento.”

Para Haddad, a hegemonia do dólar segue sem substituto claro, e a geopolítica apenas reforça o papel da moeda americana como reserva de valor global.

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