
O coentro é uma erva amplamente utilizada na culinária mundial, conhecida por seu sabor distinto e aroma marcante. No entanto, enquanto muitos apreciam seu sabor fresco e cítrico, outras pessoas descrevem o coentro como tendo um gosto semelhante ao de sabão. Essa diferença na percepção do sabor pode ser atribuída a fatores genéticos.
A capacidade de perceber o sabor do coentro de maneira diferente está relacionada a variações genéticas específicas. Estudos indicam que um gene em particular, chamado OR6A2, desempenha um papel crucial nessa percepção. Este gene está associado à sensibilidade a compostos químicos chamados aldeídos, que são encontrados tanto no coentro quanto em produtos de limpeza, como o sabão.
Qual é o papel do gene OR6A2 na percepção do coentro?
O gene OR6A2 codifica um receptor olfativo que é altamente sensível a aldeídos, substâncias químicas que contribuem para o aroma e sabor do coentro. Pessoas que possuem uma variante específica deste gene tendem a perceber o coentro como tendo um gosto desagradável, semelhante ao de sabão. Essa variante genética é mais comum em algumas populações, o que explica por que a aversão ao coentro pode ser mais prevalente em certas regiões do mundo.
Além do gene OR6A2, outros fatores genéticos e ambientais também podem influenciar a percepção do sabor do coentro. A experiência pessoal com alimentos, a cultura e a exposição a diferentes sabores ao longo da vida podem moldar a forma como cada indivíduo percebe essa erva.
Por que algumas pessoas não gostam de coentro?
A aversão ao coentro é frequentemente relatada como uma experiência sensorial negativa, onde o sabor é descrito como “ensaboado” ou “metálico”. Essa percepção é mais comum entre pessoas que possuem a variante do gene OR6A2, mas não se limita apenas a elas. A combinação de fatores genéticos e experiências pessoais contribui para essa aversão.
Estudos mostram que a aversão ao coentro pode ser menos comum em populações que tradicionalmente utilizam a erva em sua culinária. Isso sugere que a exposição frequente ao coentro pode ajudar a modificar a percepção de seu sabor ao longo do tempo, mesmo entre aqueles que possuem a predisposição genética para não gostar da erva.
Como a genética influencia o paladar de forma geral?

A genética desempenha um papel significativo na forma como percebemos sabores e aromas. Além do coentro, outros alimentos também são percebidos de maneira diferente por pessoas com variações genéticas específicas. Por exemplo, a percepção do amargor em vegetais crucíferos, como brócolis e couve de Bruxelas, também está ligada a variantes genéticas.
Essas diferenças genéticas são o resultado de milhares de anos de evolução, onde a capacidade de detectar certos sabores poderia ter implicações na sobrevivência. A sensibilidade a compostos amargos, por exemplo, pode ter ajudado nossos ancestrais a evitar plantas potencialmente tóxicas.
Conclusão: A diversidade do paladar humano
A percepção do sabor do coentro é um exemplo fascinante de como a genética pode influenciar nossas preferências alimentares. Enquanto algumas pessoas podem nunca gostar do sabor do coentro devido à sua composição genética, outras podem aprender a apreciá-lo com o tempo e a exposição. Essa diversidade no paladar humano destaca a complexidade das interações entre nossos genes e o ambiente, moldando nossas experiências sensoriais de maneiras únicas e variadas.
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