Selic pode subir a 14,75% e marcar fim do ciclo de alta, aponta economista

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira (6) uma nova alta da Selic, possivelmente elevando a taxa básica de juros para 14,75%. A medida pode marcar o fim do ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024. A expectativa ocorre mesmo diante da recente queda nas projeções de inflação, que ainda permanecem acima do teto da meta.

A valorização do real, os efeitos defasados da política monetária e a elevada taxa real de juros são fatores que justificariam a interrupção do ciclo”, afirma Pedro Raffy Vartanian, professor do Mestrado Profissional em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Selic no radar: inflação cede, mas riscos ainda pesam sobre o cenário

Apesar do recuo nas expectativas inflacionárias, o cenário doméstico ainda apresenta fatores de risco que sustentam uma postura mais conservadora do BC. Entre os principais pontos de atenção estão o aquecimento do mercado de trabalho e a incerteza quanto ao cumprimento do arcabouço fiscal nos próximos anos.

Além disso, a inflação segue acima da banda superior da meta e os impactos da política monetária ainda não foram completamente absorvidos pela economia real. “Esses elementos dificultam um movimento imediato de flexibilização”, avalia Vartanian.

Mercado atento aos comunicados do Copom e do Fed

Mais do que as decisões em si, os comunicados pós-reunião devem atrair maior atenção do mercado. No Brasil, o tom adotado pelo Copom poderá indicar se a Selic atingiu seu pico ou se há espaço para novo aumento em junho. Nos EUA, os investidores buscam pistas sobre o ritmo futuro da política monetária e eventuais cortes de juros, especialmente diante do risco de desaceleração econômica.

A economia americana representa cerca de 25% da produção global. Uma eventual recessão nos EUA teria efeitos diretos sobre o crescimento mundial”, destaca Vartanian.

Selic alta afeta atividade no curto prazo, mas pode abrir espaço para retomada

Segundo o professor do Mackenzie, o fim do ciclo de alta da Selic, mesmo com a manutenção da taxa em patamar elevado, deverá impactar negativamente o crescimento da economia brasileira nos próximos meses. No entanto, a política monetária restritiva poderá consolidar um ambiente mais estável para os preços, o que contribui para a retomada do crescimento a partir do segundo semestre de 2026.

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