Aposentada de Feira de Santana ajuda a revelar fraude que desviou mais de R$ 6 bilhões do INSS

Fraude do INSS: duas associações investigadas, em Sergipe, foram criadas com documentos com assinaturas falsas, aponta perícia
Fraude do INSS: duas associações investigadas, em Sergipe, foram criadas com documentos com assinaturas falsas, aponta perícia — Foto: Fantástico/ Reprodução

Uma aposentada de Feira de Santana foi a responsável por insistir na investigação que revelou uma fraude em larga escala contra beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Inconformada com descontos que apareciam em seu contracheque, ela procurou o Ministério Público Federal (MPF) e solicitou repetidas vezes para que o caso fosse investigado. A informação foi divulgada no domingo (4), em uma reportagem do Fantástico, na Rede Globo.

A aposentada acreditava que não foi um caso insolado referente a ela, mas que outras pessoa também poderia ter tido valores subtraídos sem sua autorização ou conhecimento. A ação resultou na descoberta de um esquema que teria desviado mais de R$ 6 bilhões de pelo menos 4 milhões de aposentados e pensionistas em todo o país.

Segundo o Fantástico, a investigação revelou que duas associações com sede em Sergipe foram criadas com documentos contendo assinaturas falsas. A associação que fazia descontos na aposentadoria da moradora de Feira funcionava em Aracaju. O Fantástico teve acesso com exclusividade à perícia feita pela Polícia Federal, que analisou as assinaturas apresentadas pela aposentada e as comparou com as usadas para autorizar o débito junto ao INSS. A conclusão foi de que as assinaturas foram mesmo falsificadas.

“A assinatura que foi posta no termo de filiação e na autorização de desconto são falsificadas”, afirma o delegado Carlos César Pereira de Melo, delegado da Polícia Federal em Sergipe.

A fraude começou em 2019, quando o INSS passou a permitir que associações recolhessem contribuições diretamente da folha de pagamento dos aposentados. Bastava apresentar um documento que comprovasse a adesão do beneficiário, o que poderia ser feito com uma simples assinatura. Em muitos casos, essas assinaturas foram forjadas.

Os descontos, que variavam entre R$ 30 e R$ 50, apareciam como “contribuição”, seguidos do nome de uma associação e de um número de telefone, dificultando a identificação da cobrança pelos beneficiários. A Polícia Federal prendeu seis suspeitos em Sergipe e segue apurando a extensão do esquema.

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