Carnaval de Vitória 2026: MUG vai contar viagem de princesa pelo ES

Teresa da Baviera
Foto: Reprodução/ Arquivo Público

A Mocidade Unida da Glória (MUG) definiu o enredo que levará para o Sambão do Povo no Carnaval de Vitória 2026. A agremiação vai contar a história da princesa e naturalista alemã Teresa da Baviera.

Em busca do décimo título, o “leão da Glória” vai embarcar na história da desbravadora europeia que, no fim do século XIX, percorreu o mundo para estudar a natureza e as riquezas culturais das etnias. O desfile “O Diário Verde de Teresa” será assinado pelo carnavalesco Petterson Alves e o enredo por Léo Soares.

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A escola de samba de Vila Velha abordará a passagem de Teresa pelo Espírito Santo, em 1888, e o encontro com os indígenas botocudos. “O Diário Verde de Teresa”, segundo a escola, é um convite a cruzar a linha tênue entre o real e o encantado.

A ideia para o enredo, de acordo com Léo, surgiu da pauta ambiental e da necessidade de falar sobre preservação e valorização das nossas riquezas naturais.

Em 2025, teremos a COP 30 no Brasil, com um dos eventos oficiais sediados no Espírito Santo. Falar sobre meio ambiente e recursos naturais é, além de uma fonte inesgotável de informações, uma forma de valorizar o que é nosso. Então, decidimos buscar um enredo que abordasse, de alguma forma, a natureza capixaba e a importância dela, tanto para a nossa história quanto para o nosso futuro.

Léo Soares, enredista.

O enredista da “vermelho e branco” contou que documentários e o diário escrito por Teresa, que depois virou livro, são as principais bases para a pesquisa feita pela escola. As duas fontes serão inspirações para o enredo, que mescla partes da história com momentos de ficção e de encantamento.

“A bordo de uma canoa e pouca estrutura, ela navegou por rios capixabas, conheceu povoados, observou animais e plantas de todos os tipos pertencentes à Mata Atlântica. E tudo isso com um objetivo principal, ver de perto os índios “botocudos”, termo utilizado pelos colonizadores. O enredo se passa no século XIX e, por isso, tratamos os indígenas como ‘os donos da terra’ e Teresa como uma visitante”, explicou Léo.

Quem foi Teresa da Baviera?

Prima distante de Dom Pedro II, Teresa da Baviera foi uma naturalista revolucionária no seu tempo. No século XIX, em uma época em que o universo acadêmico ainda era predominantemente masculino, a princesa alemã se dedicou à exploração e ao estudo pelo mundo.

A curiosidade a levou a lugares remotos e a conhecer culturas diversas. Ela percorreu desde a Rússia a países do norte da África. Movida pelo desejo de conhecer a flora, a fauna e os povos dos trópicos, também se aventurou pelo Espírito Santo.

De acordo com registros históricos, a viagem por terras capixabas aconteceu em 1888. Um dos momentos marcantes da jornada foi o encontro com os indígenas botocudos, que ocorreu às margens do Rio Doce.

Onde ler o diário de Teresa da Baviera?

As experiências e impressões foram registradas e deram origem ao livro “Viagem ao Espírito Santo, 1888”, disponível no Arquivo Público do Espírito Santo e inspiração para o enredo da MUG no Carnaval de Vitória 2026.

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