Mercado reduz projeções de inflação, Selic e dólar para este ano. PIB é mantido

Banco Central: relatório Focus aponta que mercado acredita em inflação menor e PIB maior este ano. Crédito: :Raphael Ribeiro/BCB

As projeções do relatório Focus feitas desta semana, feitas com instituições do mercado financeiro, mostram inflação menor, com redução do IPCA, da taxa Selic e do dólar em 2025. Para o Produto Interno Bruto, a estimava de crescimento foi mantida em 2% em 2025.

A mediana para o IPCA, o índice que é considerado a inflação no país, deste ano passou de 5,55% para 5,53%. Ou seja, é a terceira baixa seguida. Agora, está 1,03 ponto percentual acima do teto da meta, de 4,50%. A projeção para a inflação de 2026 se manteve em 4,51%, ainda ultrapassando o teto da meta.

O Banco Central espera que a inflação some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). Nesse sentido, a autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante. Porém o período deve mudar para o fim do ano que vem na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para estas terça e quarta.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. Ou seja, o centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Nesse sentido, se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 11ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,78% para 3,80%. Ainda assim, um mês antes, estava em 3,78%.

Selic e inflação

Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir, a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 caiu de 15,0% para 14,75%, após 16 semanas de estabilidade. Nesse sentido, a projeção sugere que os juros terão de subir 0,50 ponto percentual acima do nível atual, de 14,25%. Ou seja, o Copom tem elevado a taxa para conter a inflação e já sinalizou um novo aumento, porém menor do que 1 ponto percentual, na reunião desta semana.

Diretores do Banco Central destacam a incerteza que permeia o cenário externo desde o anúncio de uma série de tarifas pelo presidente americano, Donald Trump. Nesse sentido, diante da falta de clareza sobre o futuro, eles deixaram claro que o Copom vai abandonar o forward guidance (estimativas futuras) depois de maio. Ou seja, o objetivo visa ter maior flexibilidade para lidar com o cenário.

A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 14ª semana consecutiva. Do mesmo modo, a estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 12ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 19ª semana consecutiva.

Dólar

A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,90 para R$ 5,86. Um mês antes, era de R$ 5,90. Nesse sentido, a estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 passou de R$ 5,95 para R$ 5,91. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,99. O câmbio também tem impacto na inflação.

A estimativa intermediária para o dólar no fim de 2027 passou de R$ 5,86 para R$ 5,85. Um mês antes, era de R$ 5,90. A projeção para o fim de 2028 ficou em R$ 5,85, mesmo patamar de um mês antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro. Do mesmo modo, não é mais baseada no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

PIB

A mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 se manteve em 2,0%. Um mês antes, era de 1,97%.

No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista e a pressão da inflação.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também se manteve em 1,70%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela quinta semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 60ª semana seguida.

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