

Cientistas preparam missão dos primeiros “peixes astronautas” – Foto: O Barbaroux/lfremer/Reprodução/ND
Um tanque discreto em uma instalação científica nos arredores de Palavas-les-Flots, no sul da França, possui peixes extremamente especiais. Eles têm uma missão importante e complexa: produzir os descendentes que serão os primeiros peixes astronautas.
O projeto científico Lunar Hatch possui a audaciosa iniciativa de criar peixes fora da Terra para servir de alimento a astronautas durante suas missões espaciais.
Inicialmente, os cientistas têm o objetivo de criar esses peixes da espécie robalo na Lua. Entretanto, caso a missão seja bem-sucedida, eles também poderão estar presentes em Marte.
O criador do projeto e pesquisador em biologia marinha do Instituto Nacional Francês de Pesquisa Oceânica, Dr. Cyrille Przybyla, vê nos peixes a melhor forma de fornecer um alimento fresco e nutritivo para os astronautas.
“O peixe é uma excelente fonte de proteína porque é o organismo animal que melhor digerimos e contém ômega 3 e importantes vitaminas do complexo B, necessárias para que os astronautas no espaço mantenham a massa muscular”, comentou Cyrille ao The Guardian.
“Peixes astronautas” servirão de alimento durante as missões
O plano segundo o pesquisador, é montar uma base lunar com tanques abastecidos com água retirada do gelo das crateras lunares. As fezes dos “peixes astronautas” seriam usadas para alimentar camarões e vermes, que também serviriam de comida para os próprios peixes. Um sistema sustentável e fechado, que poderia funcionar de forma autônoma por até cinco meses.

Segundo o The Guardian, os ovos de robalo com 70 e 73 horas de desenvolvimento. O peixe viajará para a lua ainda em estágio embrionário, com eclosão prevista para ocorrer na chegada – Foto: Dutto/lfremer/Reprodução/ND
Para garantir duas porções de peixe por semana para sete astronautas, seriam necessários cerca de 200 robalos em uma missão de 16 semanas.
“Fizemos todas as simulações possíveis que pudemos fazer na Terra, então o objetivo agora é ter uma missão espacial para verificar esses dados e assim podermos examinar a diferença entre um grupo de controle de peixes irmãos que permanecem na Terra”, comentou o cientista.
Agora, Cyrille e seus peixes astronautas devem aguardar o CNES (Centro Nacional de Estudos Espaciais) e o Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida, encontrarem um lugar para realizar a missão e por suas teorias a prova.
“Infelizmente, não podemos dizer quando isso acontecerá, mas esperamos que seja em um futuro próximo”, diz.