Bradesco reforça estratégia de inovação com foco em governança, IA adversária e TRL

Em entrevista à TI Inside Renata Petrovic, head de inovação do Bradesco, detalhou como o banco tem estruturado sua abordagem frente às tecnologias emergentes, buscando equilíbrio entre avanço tecnológico, segurança e impacto na experiência dos clientes. Segundo a executiva, o banco acompanha hoje cerca de dez tecnologias com potencial de impacto direto nos negócios, como inteligência artificial generativa, IA multimodal, grafos, computação quântica, criptografia pós-quântica e identidade digital.

Para organizar essa jornada, o Bradesco adota uma metodologia baseada no Technology Readiness Level (TRL), que mensura o grau de maturidade de cada tecnologia. “A tecnologia pode estar no nível 1, de baixíssima prontidão, e chegar ao nível 9, que é quando ela está escalada e pronta para uso”, explicou. Segundo ela, o banco estrutura sua atuação em quatro pilares: disseminação de conhecimento, experimentações práticas, parcerias estratégicas e governança. “Trabalhamos para educar sobre a tecnologia, testar casos de uso e escalar com segurança. A governança é fundamental para não nos perdermos em tantas frentes”, reforçou.

Renata destacou o uso do aprendizado de máquina adversário (Adversarial Machine Learning) como uma das práticas mais avançadas para garantir a resiliência dos sistemas. “Criamos algo semelhante a um Red Team para atacar nossos próprios sistemas de IA com promps e outras técnicas, identificando vulnerabilidades antes que alguém externo o faça”, afirmou. Essa atuação em conjunto com áreas de cibersegurança e tecnologia garante que a inovação ocorra em ambientes seguros, mesmo quando as soluções ainda estão em teste ou em fase piloto.

Entre as tecnologias que estão sendo testadas com maior foco, Renata mencionou small language models, dados sintéticos e identidade digital. Esta última já é alvo de um projeto piloto voltado à tokenização de dados cadastrais para jornadas de aquisição de produtos, como cartões de crédito. “Se o cliente autorizar, os dados dele podem ser usados em forma de token, facilitando o processo e trazendo mais segurança”, explicou. A executiva acredita que esse modelo pode futuramente ser expandido para outras frentes do banco.

Ao comentar a aplicação da IA generativa na BIA, a assistente virtual do Bradesco, Renata detalhou como o banco tem feito uma implantação gradual. “Atualmente, cerca de 700 mil clientes já estão usando a versão com IA generativa, e o índice de resolutividade está em 80%”, disse. Esse número representa o percentual de atendimentos resolvidos sem necessidade de encaminhamento para humanos. O objetivo do banco é seguir expandindo, com forte monitoramento da acurácia das respostas e da qualidade das interações.

A executiva também reconheceu os desafios impostos pela velocidade do cibercrime, especialmente com o uso malicioso de IA para burlar mecanismos de autenticação. “Volta e meia somos surpreendidos por fakes que conseguem burlar nossa biometria facial. Quando isso acontece, reagimos rapidamente, buscando novas soluções para tornar nossos sistemas mais resistentes”, revelou. A inteligência artificial adversária, nesse contexto, aparece como uma aliada para antecipar brechas.

TI Inside Innovation Forum

No dia 28 de agosto a TI Inside realizará a 2a edição do TI Inside Innovation Fórum, evento que ocorre no WTC-SP e reúne os principais C-Levels de TI, Inovação, IA e dados. Renata Petrovic estará junto de outros importantes nomes do mercado discutindo como a tecnologia tem impactado as empresas brasileiras. Para mais informações acesse: TI Inside Innovation Fórum

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