Educação financeira: um pilar para a cidadania

Foto: José Cruz/Agência Brasil

*Artigo escrito por Guilherme Bortolon Cardoso, advogado no Giulio Imbroisi Advogados Associados e membro do Ibef Academy.

A educação econômica tem se tornado cada vez mais essencial no Brasil, um país onde a educação financeira ainda é deficiente, o que contribui para o crescente endividamento das famílias e a dificuldade em lidar com os impactos da inflação.

Dados da Serasa Experian indicam que cerca de 62 milhões de brasileiros estão com o nome sujo, evidenciando a falta de conhecimento sobre conceitos básicos de finanças pessoais, como controle de orçamento, juros compostos e planejamento financeiro.

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Educação financeira

A educação financeira é fundamental para melhorar a tomada de decisões. Ao entender conceitos como fluxo de caixa, a diferença entre consumo imediato e investimento, e os efeitos da inflação, os cidadãos podem organizar melhor seus orçamentos, evitando o endividamento excessivo e otimizando seus gastos.

A compreensão dos juros e da importância da poupança também permite que as pessoas planejem seu futuro financeiro de forma mais equilibrada, favorecendo maior estabilidade nas finanças pessoais.

A inflação, um dos maiores desafios econômicos do Brasil, impacta diretamente o poder de compra das famílias.

Compreender o efeito da inflação sobre os preços possibilita a adoção de estratégias para mitigar seus impactos, como mudar hábitos de consumo, buscar alternativas mais econômicas e investir em ativos que protejam contra a perda do poder de compra, como imóveis ou investimentos atrelados ao CDI.

Integração da educação financeira

Para que a educação econômica seja acessível a todos, é necessário integrá-la ao currículo escolar desde o ensino básico. No entanto, é importante destacar os desafios práticos de implementar a educação financeira nas escolas públicas, que enfrentam limitações orçamentárias e estruturais.

Além disso, as diferenças regionais e sociais impactam o acesso a esse tipo de educação, tornando urgente a criação de políticas públicas que garantam que populações vulneráveis possam ser alcançadas.

O setor privado, como bancos e instituições financeiras, também pode contribuir, oferecendo cursos e consultorias financeiras.

Contudo, é crucial que esses serviços não se limitem a públicos de maior poder aquisitivo, mas que também cheguem às populações mais vulneráveis, muitas vezes excluídas dessas iniciativas.

Investimentos em educação financeira

Em um país onde as dificuldades financeiras ainda afetam grande parte da população, a educação econômica é crucial não apenas para garantir a saúde financeira das famílias, mas também para contribuir para a estabilidade econômica do país.

O economista José Carlos A. Marenco afirma que “uma população mais educada financeiramente é a base para um país mais justo e próspero”.

Investir em educação financeira, portanto, é um passo decisivo para a construção de um futuro mais equilibrado e sustentável para todos.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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